Um balanço de 2012
André Piunti
Em um ano em que a música sertaneja teve uma de suas maiores exposições de TV em sua história, alguns sinais amarelos foram acesos.
A crise que atingiu os shows internacionais neste segundo semestre no Brasil, como o da Lady Gaga e o da Madonna, em escala menor, também deu as caras nas festas sertanejas.
Os cachês, com algumas exceções, saíram dos números exorbitantes praticados até 2011, e a tendência é que esse enxugamento continue.
Ainda que seja o estilo musical que mais arraste público, muito distante do segundo colocado, as grandes bilheterias também diminuíram, resultado de um público que não tem encarado mais pagar tão caro para ir em eventos diferentes e acompanhar exatamente a mesma programação.
Assistimos a um crescimento de apresentações em boates, algo que muitos artistas se negavam a fazer dois anos atrás, mas que se mostrou um bom negócio, já que boa parte dessas casas fica lotada e repercute positivamente (além de ser uma alternativa para preencher as agendas, antes lotadas apenas com festas). As boates também são ótimas para os novos artistas.
O ano que se encerra hoje também não foi animador em relação a novos nomes. Tivemos apenas Munhoz e Mariano, que de fato tomaram uma fatia interessante do mercado. Há uma turma de Goiás (Israel Novaes, Zé Ricardo e Thiago, João Lucas e Marcelo, Israel e Rodolffo e etc) que trabalha de forma mais acelerada, mas que será ainda bem testada no ano que vem pra saber até onde pode chegar.
Musicalmente, sem dúvida, foi o pior ano desde que o “universitário” surgiu e ajudou a formar a cena atual, lá em 2005/06. Gravou-se qualquer coisa, apostou-se em qualquer bobagem, e justamente por isso apenas uma coisa ou outra vingou.
Pra finalizar, apesar de um grande número de duplas ter gravado DVD nos últimos meses, o formato perdeu força como nunca. Caro, começou a dar lugar ao videoclipe, que mostra a imagem da dupla do mesmo jeito, com a vantagem de que é muito mais interessante de assistir.
Como disse na abertura, alguns sinais amarelos foram acesos, apesar da situação privilegiada. Que os avisos recebam a atenção devida, e que 2013 seja um ano mais positivo.