Blog Universo Sertanejo

Arquivo : novembro 2010

Mais sobre o DVD de Luan Santana
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André Piunti

Não é novidade que a maioria dos DVD’s lançados no Brasil recentemente, além da preocupação musical, vem com altos investimentos em cenário, iluminação, formato de palco e tudo que diz respeito ao aspecto visual do trabalho.

Recentemente, publiquei aqui uma nota falando sobre o novo DVD do Luan, marcado para o dia 11 de dezembro, no Rio de Janeiro, que estava sendo preparado com a promessa de ser “grandioso”, mas sem mais outras informações.

Agora, algumas coisas mais técnicas que podem ser ditas por aqui, mostram que esse novo projeto se enquadra nessa tentativa de fazer sempre um espetáculo que chame cada vez mais a atenção do público.

Vale lembrar que basicamente todo o DVD vem da cabeça do próprio Luan.

Três profissionais serão trazidos dos Estados Unidos exclusivamente para a montagem da iluminação e da cenografia.

O que acaba chamando mais a atenção, é a vinda de equipamentos de cenografia e efeitos visuais iguais aos que seriam usados na nova turnê do Michael Jackson, e que nunca foram usados no Brasil.

Haverá um elevador no palco, igual ao que pode ser visto no documentário “This is it”.

Além do uso prático desses equipamentos, eles ajudam também a voltar bastante as atenções para a gravação do DVD, que terá também parte da iluminação importada da Alemanha.

Nesse mês de novembro, a agenda do cantor é bem mais tranquila do que os quase 30 shows mensais que ele vinha fazendo durante esse ano.

As apresentações de novembro revezam com horas de estúdio, em São Paulo, para a produção musical do DVD, e com reuniões gerais sobre o novo trabalho.

Na semana passada, o cantor assinou um novo contrato com a Som Livre, de 3 anos. No mesmo dia, foi anunciado que o novo DVD receberá o investimento de R$ 2 milhões.

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O UOL tem uma página especial sobre Luan Santana. Quem quiser acessar, clique aqui.


Sertanejo na “Cidade de Deus”
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André Piunti

O cantor Daniel se apresenta, hoje, na favela “Cidade de Deus”, no Rio de Janeiro.

O show faz parte da programação do “Dia da Favela”, organizado pela CUFA (Central Única das Favelas), que terá palestras, debates e manifestações culturais por toda a cidade do Rio.

A apresentação dos eventos ficará por conta do MV Bill e da Nega Gizza.

Durante o dia, acontece uma feijoada no “Chapéu Mangueira” com a apresentação do sambista Arlindo Cruz.

Ao todo, mais de 80 comunidades terão atividades ligadas ao evento.

O encerramento fica por conta do Daniel, às 19h, na “Cidade de Deus”, com entrada franca.

A apresentação do cantor é bastante significativa, já que se trata de um sertanejo como grande atração em um local no qual diversos outros tipos de música predominam.

Quem quiser saber da programação completa do “Dia da Favela”, pode clicar aqui.


por Renato Teixeira
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André Piunti

Foi publicado, hoje, um texto do Renato Teixeira no site de Victor e Leo.

O objetivo do texto é falar sobre o novo CD da dupla, “Boa Sorte Para Você”, mas resolvi publicar aqui por causa do que o Renato fala e deixa transparecer sobre música sertaneja, definindo muito bem o que tanta gente pensa.

Os negritos são por minha conta.

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por Renato Teixeira

Como é bom ouvir uma canção capaz de deixar a gente feliz. Limpa, clara e direta. Para ouvir no carro pelas estradas, numa manhã de domingo. Victor e Leo são artistas para grandes eventos, para lotar ginásios e fazer a festa.

Mas, também, são maravilhosos e poderosos artistas do rádio.

Dizem que “houve” uma era do rádio. Errado; a era do rádio é agora e sempre. É pelo radio que vem a consagração.

O cd “Boa Sorte Pra Você” traz essa proposta radiofônica, que é a base de tudo. É daí que vem a popularidade. É daí que as canções disparam pelo ar caçando ouvintes. O radio é o espírito da coisa.

A arregimentação, os arranjos e a própria vocalização de “Boa Sorte Pra Você” nos levam com gentileza e elegância e não nos confundem. A moçada se entrega completamente e os shows de Victor e Leo são sempre celebrações em torno das canções de felicidade. Tudo leve e solto, sem lenço e sem documento.

Tudo começou bem lá atrás, nos tempos de Cornélio Pires que foi quem inventou o personagem que fala errado e canta modas de viola. Ele percebeu o jeito diferenciado de ser do caipira e “radiofonizou” suas historias simples. A idéia era divertir as pessoas, alegrar o ambiente. A dupla surge em função da viola ponteada que precisava de um violão para deixar mais redondo. O músico do violão, já que estava ali mesmo, começou a fazer um contracantozinho aqui, outro lá e a coisa foi se ajeitando até o formato Tonico e Tinoco, um verdadeiro achado musical. Um formato essencialmente brasileiro.

No final dos anos sessenta, começo dos setenta com a grande transformação cultural do planeta, o caipirismo cumpriu seu ciclo de vida ativa e desapareceu.

Apesar de tudo, as músicas que eles fizeram continuaram agradando. Sérgio Reis, com “Menino da Porteira”, Chitãozinho e Xororó,com “Rancho Fundo” e Ellis, consagrando “Romaria”, uma nova proposta para a retomada do gênero, mostraram que, na verdade, a música da cultura caipira não estava morta; apenas se rearticulava, se repaginava e influenciava artistas preocupados em achar uma nova expressão musical fundamentada nos valores caipiras, sem dúvida um caminho mais difícil do que montar uma banda de rock and roll.

Com a chegada de Chitãozinho e Xororó, a popularidade do gênero se manifesta com todo o esplendor da sua história. Sempre fora assim. Em 69, por exemplo, quando Tonico e Tinoco anunciaram que iriam se apresentar num circo em São Miguel Paulista, a polícia teve que intervir na estação da Luz para conter a multidão que queria ir de trem.

Agora, relida e repaginada a música dos caipiras voltava à cena. Seria ingenuidade pensarmos que essa retomada seria possível utilizando apenas formatos antigos.
Fizeram uma espécie de antropofagia histórica, preservando a idéia da dupla e o costume de cantar para fazer a gente nunca esquecer quem é e somaram a isso a linguagem contemporânea que se pratica. Tudo simples e prático.

Foi assim que o eixo da música brasileira, que sempre girou no litoral, começou também a girar no interior e outra realidade apareceu.

O movimento que ficou conhecido como sertanejo conquistou o mercado e se igualou a outros altamente populares, como a Bossa Nova, a Jovem Guarda e o Tropicalismo. Todos nascidos de partos difíceis, é bom não esquecer.

Esses “movimentos” são momentos mágicos, onde o mercado escolhe os artistas capazes de reunir em torno de si o maior número de seguidores possíveis. Assim, o sertanejo se estabeleceu.

Na seqüência dessa tendência outras duplas vieram e muitas outras virão. Num futuro muito próximo os nossos artistas diferenciados, aqueles que passarão para a história ao lado de Noel, Chico e Tom Jobim, não terão mais que, necessariamente, vir do samba. A música do Brasil central, agora é uma opção clara, uma influência saudável de um interior articulado e, à sua maneira, cosmopolita.

Victor e Leo, cientes desse processo, se prepararam para o sucesso nas casas de shows especializadas e puderam vivenciar um contato direto com um público de grande influência no comportamento nacional.

Beleza, juventude e vozes bonitas, que não agridem e penetram em espirais delicados em nossos ouvidos. Ouvindo Victor e Leo ninguém se sente abandonado nem constrangido porque a sensação é boa para todos.

Nada é feio.

O som das vozes exatas tem a precisão de Vieira e Vieirinha e os vibratos, em determinados momentos, soam como soavam os maravilhosos vibratos do trio Irakitan.

Percebo também um certo “espírito de Gonzagão” que ronda deliciosamente muitas das canções da dupla. Estão ali a estrada, o sertão, o fogão rústico, a lagoa e sempre alguém a esperar. Aqui não avaliamos o lado dramático tão comum na música caipira original porque esse departamento está desativado, aguardando sua vez.

Victor e Leo é pra quem está de bem com a vida ou para quem está querendo chegar lá.

“Boa Sorte Pra Você” é para as novas gerações de brasileiros que buscam os valores que definirão a estética dos próximos muitos anos.

Canções de felicidade são e sempre serão o melhor caminho.


Ingressos esgotados
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André Piunti

Como comentado aqui ontem, Zezé di Camargo e Luciano tocam no Credicard Hall, em São Paulo, hoje(4), amanhã(5), sábado(6) e domingo(7).

O novo show, chamado “Simplesmente Canções”, traz novidades como as 5 músicas que serão escolhidas pelo público na hora, após uma pré-seleção feita através do site oficial dos cantores.

A escolha dessas músicas será feita através de computadores colocados na entrada do evento.

O repertório traz algumas canções do começo da carreira, algumas delas já tocadas no show de estrada, como “Na Hora H” e “Saudade Bandida”.

Comentei sobre esse novo show na postagem de ontem, mas falou dizer que todos os ingressos estão esgotados, em todos os setores das quatro noites.

Geralmente, a dupla anunciava três dias de show no Credicard, e como a procura era alta, abriam um extra no domingo. Dessa vez anunciaram os quatro de uma vez, e ainda assim foi tudo vendido.

O CD mais recente da dupla, “Double Face”, deve encerrar o ano como o sertanejo mais vendido, informação que só poderá ser confirmada mesmo em março do ano que vem, quando sai o relatório final de vendas.

No ano passado, a dupla ficou atrás apenas do Padre Fábio de Melo na lista dos nacionais mais vendidos.


Problemas no acesso
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André Piunti

Recebi diversos emails e mensagens no Twitter, durante a tarde e a noite de ontem, dizendo que o blog estava fora do ar, com o aviso “Esta página da web não está disponível”.

Como outras pessoas estavam conseguindo acessar normalmente, como eu, imaginei que pudesse ser problema na conexão de alguns leitores, mas depois de uma pesquisa rápida no Twitter ontem, vi que praticamente metade das pessoas perguntadas respondeu que não conseguiam ler o blog.

Se alguém já teve esse problema antes, peço que deixe registrado aqui nos comentários ou me mande um email.

Vou verificar o que aconteceu e compartilho depois com vocês.


Na trilha de Tião Carreiro
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André Piunti

Enquanto os jovens consomem cada vez mais música sertaneja, fazendo com que diversas duplas tentem agradá-los cada vez mais, acaba acontecendo certo distanciamento de grande parcela do público, aquele de classes mais baixas, tradicionalmente o público de música sertaneja.

É essa brecha que alguns artistas miram, e esse assunto vai ser tratado por aqui ao longo de alguns textos.

No de hoje, um estilo que vem crescendo lentamente, e que traz consigo a presença constante da tradicional viola caipira e a influência dos pagodes de viola.

Não se trata exclusivamente de uma tentativa de defender a cultura ou algo do gênero, pois a visão é tão comercial quanto qualquer outra. A diferença é que o caminho seguido faz questão de não se desprender do que é do passado, o que pode vir a funcionar com um público bastante abrangente.

A aposta é em um estilo mais popular, mais de massa, que tem a intenção de ser aceito também pelas pessoas que não compraram e não vão comprar o “novo sertanejo”.

A dupla João Carreiro e Capataz, por exemplo, já não é mais uma novidade. Apesar de os grandes centros ainda não adotarem a dupla como de primeiro escalão, os interiores do Brasil já a  coloca em patamares mais elevados.

Os cantores levaram a frente o apelido que receberam de “brutos”, termo que apesar de não ter sido usado por Tião Carreiro, define grande parte de suas composições machistas ou de teor intolerante, encaradas sempre com bom humor por quem as ouvia.

O estilo da dupla mantém o teor das letras e o ritmo do pagode de viola, mas quase sempre com um arranjo mais pesado, com guitarra e bateria.

Em uma matéria do “Estadão” de setembro, que falava sobre João Carreiro e Capataz, o produtor Carlos Miranda, conhecido por muita gente por sua participação de jurado em programas do SBT, deu a seguinte declaração sobre o trabalho da dupla:

“É um milhão de vezes mais interessante do que todas as duplas sertanejas ditas universitárias. Eles estão na contramão. Sabem usar a raiz muito bem e ao mesmo tempo modernizam com uma pegada forte.”

A visão, concordando ou não com ela, parte de alguém que não vive o ambiente sertanejo e é formado no universo pop/rock, acostumado a ver o sobe e desce de estilos que atingem em cheio os jovens, como faz a música sertaneja hoje.

Quem vem na cola, após um bom tempo sumidos, são os irmãos Mayck e Lyan, que agora sob investimento e amparados pela EMI, vem com o intuito, enfim, de disputar espaço no atual mercado, e não ficar apenas como dupla tocadora de moda antiga, como se fez a imagem dos rapazes enquanto personagens do programa do Raul Gil.

Apesar de o CD/DVD novo trazer diversas regravações de pagodes, um estilo muito semelhante ao de João Carreiro e Capataz, mais pesado, foi adotado. Por causa do tom da voz, muito baixo, o estilo ficou mais parecido ainda, como pode ser conferido na música “Pede pra voltar”, publicada ao final desse texto.

A primeira faixa desse novo trabalho é uma regravação de Zé Mulato e Cassiano, “Sangue Novo”, que traz algumas frases “proféticas”, que são, no fundo, um tipo de provocação muito comum nas letras de pagodes de viola, mas que acabaram com o tempo mostrando que tinham um fundo de verdade.

“Quem apostou na derrota de ver a viola morrer/ Hoje foge igual coelho e vai voltar de joelho/ Se quiser sobreviver”

“Disse o falso sertanejo que a viola já era/ Os amigos da panela se fecharam numa esfera/ Sem a benção da viola nenhuma moda prospera”

Apesar de não haver nenhuma indisposição entre duplas e estilos, é nesse embate “tradição versus novo” que reside a aposta de quem segue por esse caminho.

Ainda se ganham espaço nesse meio mais “bruto”, apesar de transitarem bastante no que se chama de sertanejo “moderno”, nomes como Jads e Jadson, os brasilienses Pedro Paulo e Matheus, que já tocam nas principais rádios dos grandes centros, e Munhoz e Mariano, mais uma dupla da interminável safra de Campo Grande, que recentemente esteve no programa do Faustão e começa a ganhar nome das festas pelo país.

*Em tempo: Tião Carreiro, ao lado de Lourival dos Santos, é o inventor do “Pagode de Viola”.

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No próximo texto sobre o tema, os caminhos distintos que as duplas estão seguindo, tentando prever o que vem pela frente. Quem puder, vale a pena escutar os recém-lançados CD’s de Victor e Leo, Jorge e Mateus e Bruno e Marrone, ambos sintomáticos.


Rapidinhas…
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André Piunti

-Hudson

Foi adiada a gravação do DVD do Hudson, que estava marcada para o dia 10 de novembro, em São Paulo. A alegação foi atraso na chegada dos equipamentos. De acordo com o divulgado no Twitter do cantor, a gravação deve acontecer na primeira quinzena de dezembro.
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-Show da virada

De acordo com o que foi publicado pelo jornalista Flávio Ricco, os seguintes sertanejos estarão no “Show da Virada”, da Globo: João Bosco e Vinícius, Victor e Leo, Bruno e Marrone e Zezé di Camargo e Luciano. Pelo histórico do programa, é provável que mais sertanejos entrem nessa lista.
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-Hebe

Na semana passada, sete nomes da música sertaneja participaram da gravação do DVD da Hebe. Foram eles: Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Leonardo, Daniel, Paula Fernandes e Barra da Saia. O álbum de fotos do evento pode ser conferido aqui.
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-Bruno e Marrone

A dupla recebeu disco de ouro pelas 40 mil cópias vendidas do recém-lançado CD “Sonhando”.
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-Victor e Leo

A dupla está de site novo, aproveitando o lançamento do novo trabalho, “Boa sorte para você”.

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-Maria Cecília e Rodolfo

Após lançar um site só para crianças, a dupla estreou uma loja virtual, com agendas, calendários e vários outros produtos com a marca e a imagem dos cantores. É possível, também, comprar o CD e montar uma capa personalizada.

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-Zezé di Camargo e Luciano

Nesses dias 4, 5, 6 e 7, a dupla faz mais uma curta temporada São Paulo, no Credicard Hall. Uma das novidades serão as cinco músicas que o público está escolhendo para fazer parte do repertório. Após uma prévia que está sendo realizada no site oficial, a votação final acontecerá no próprio Credicard Hall, pouco antes do show.

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-Bolha de plástico

A dupla Fernando e Sorocaba publicou um vídeo feito durante a utilização da bolha de plástico no show de Divinópolis-MG, na última sexta-feira(29). O vídeo pode ser visto aqui.
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-Barra da Saia

O grupo se apresentou, no último domingo, no “Domingão do Faustão”. Dois vídeos participação, que durou mais tempo que o de costume, podem ser conferidos abaixo.

Vídeo 2

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-Raridade

Foi postado recentemente no YouTube, uma apresentação de Fátima Leão ao lado de Zezé di Camargo e Luciano cantando “Me engana que eu gosto”, no programa do Bolinha. Apesar da baixa qualidade do vídeo, vale a pena o registro (clique abaixo para assistir).


Sertanejo dos anos 1980
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André Piunti

Já que é feriado, uma sugestão legal de vídeo.

Existem alguns vídeos no YouTube que, em 10 minutos, mostram grandes sucessos de uma determinda década.

Sobre música sertaneja, existem alguns vídeos apresentando canções tocadas nas rádios nos anos 1980.

A década de 1980 marca o início da música sertaneja nas rádios FM, conquista encabeçada por Chitãozinho e Xororó.

No entanto, as canções escolhidas para esses vídeos tocaram mesmo nas rádios AM, naquelas exclusivamente sertanejas, que eram ouvidas apenas por pessoas que acompanhavam, de fato, o gênero.

Obviamente, as seleções musicais saíram da cabeça de quem montou os vídeos, mas independentemente disso, vale conferir algumas pérolas.

Uma dose daquelas de nostalgia.

Abaixo, quatro links de vídeos do mesmo formato.

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Os sertanejos e a política
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André Piunti

Com a proibição dos “showmícios”, em 2006, os sertanejos acabaram se afastando consideravelmente da política.

As relações que sobraram foram por conta própria, por algum ideal ou interesse em alguma proposta específica.

Entretanto, a relação sertanejos/política tem mais resultados negativos do que positivos.

Os casos mais conhecidos são de Chitãozinho & Xororó e Zezé di Camargo & Luciano.

Os primeiros, no auge, viraram dupla símbolo da campanha de Collor, o que obviamente pesou de forma negativa para os cantores. Apesar de cada vez com menor frequencia, a história continua sendo lembrada, e chegou a ser assunto em uma entrevista recente no programa “De Frente com Gabi”.

Segundo os cantores, eles nunca declararam apoio ao candidato, apenas cantaram em uma festa na Casa da Dinda, que acabou sendo televisionada e ligou o nome da dupla ao do candidato.

Em 2002, a dupla também virou assunto por ligar sua imagem a um candidato: nesse caso, os irmãos apareciam na propaganda política de José Serra, que trazia vários outros artistas, como o KLB e o Gugu.

Na semana passada, a dupla, uma das que mais zelou por sua imagem ao longo dos anos, voltou a ser notícia envolvendo política, por ter assinado uma lista de apoio novamente a Serra. Quem também esteve nessa lista foi a dupla Rick e Renner.

Chitão e Xororó também já apoiaram FHC, em eleições para presidente, e Antônio Ermírio de Moraes, para governador.

O caso de Zezé di Camargo e Luciano, por ser mais recente, ainda rende uma ou outra notícia nos jornais. Em 2002, a música “Meu País” foi tema de campanha de Lula, que contou com a dupla em seus comícios.

Após algumas declarações de desgosto em relação ao governo, a relação da dupla com o presidente pareceu desgastada, principalmente após Lula declarar que assistiu “Dois Filhos de Francisco” em uma cópia pirata.

Em 2007, a dupla participou de um ato contra a CPFM, em São Paulo, que segundo Luciano, poderia se tornar um ato contra Lula. Zezé, por sua vez, foi um dos participantes do movimento “Cansei”, que tinha o intuito de atingir o governo, e que foi ridicularizado por Luciano, que apelidou o evento de “Caguei”.

Hoje, Zezé e Lula são amigos. Luciano, que se interessa e gosta de falar de política em suas entrevistas, segue com sua postura mais crítica.

Nesse segundo turno, em Goiás, a dupla gravou um vídeo apoiando Marconi Perillo ao governo do estado, que acabou se elegendo ontem. Dois anos atrás, Zezé declarou apoio a Iris Rezende na eleição para prefeito de Goiânia. Rezende foi o candidato derrotando por Perillo ontem.

Em relação aos artistas da nova geração, poucos se envolveram esse ano, justamente pela ausência dos “showmícios”.

Fica o registro de César Menotti e Fabiano, que gravaram propaganda política a favor de Anastasia, governador eleito em Minas Gerais ainda no primeiro turno.

Sem contar nos apoios de sempre de artistas a vereadores e deputados, muitas vezes só por amizade.

Em todos os casos, a relação de sertanejos com política parece criar uma exposição desnecessária. Quem acompanha de fora, fã ou não, tende a desaprovar essas uniões.