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Os sertanejos e a política
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André Piunti

Com a proibição dos “showmícios”, em 2006, os sertanejos acabaram se afastando consideravelmente da política.

As relações que sobraram foram por conta própria, por algum ideal ou interesse em alguma proposta específica.

Entretanto, a relação sertanejos/política tem mais resultados negativos do que positivos.

Os casos mais conhecidos são de Chitãozinho & Xororó e Zezé di Camargo & Luciano.

Os primeiros, no auge, viraram dupla símbolo da campanha de Collor, o que obviamente pesou de forma negativa para os cantores. Apesar de cada vez com menor frequencia, a história continua sendo lembrada, e chegou a ser assunto em uma entrevista recente no programa “De Frente com Gabi”.

Segundo os cantores, eles nunca declararam apoio ao candidato, apenas cantaram em uma festa na Casa da Dinda, que acabou sendo televisionada e ligou o nome da dupla ao do candidato.

Em 2002, a dupla também virou assunto por ligar sua imagem a um candidato: nesse caso, os irmãos apareciam na propaganda política de José Serra, que trazia vários outros artistas, como o KLB e o Gugu.

Na semana passada, a dupla, uma das que mais zelou por sua imagem ao longo dos anos, voltou a ser notícia envolvendo política, por ter assinado uma lista de apoio novamente a Serra. Quem também esteve nessa lista foi a dupla Rick e Renner.

Chitão e Xororó também já apoiaram FHC, em eleições para presidente, e Antônio Ermírio de Moraes, para governador.

O caso de Zezé di Camargo e Luciano, por ser mais recente, ainda rende uma ou outra notícia nos jornais. Em 2002, a música “Meu País” foi tema de campanha de Lula, que contou com a dupla em seus comícios.

Após algumas declarações de desgosto em relação ao governo, a relação da dupla com o presidente pareceu desgastada, principalmente após Lula declarar que assistiu “Dois Filhos de Francisco” em uma cópia pirata.

Em 2007, a dupla participou de um ato contra a CPFM, em São Paulo, que segundo Luciano, poderia se tornar um ato contra Lula. Zezé, por sua vez, foi um dos participantes do movimento “Cansei”, que tinha o intuito de atingir o governo, e que foi ridicularizado por Luciano, que apelidou o evento de “Caguei”.

Hoje, Zezé e Lula são amigos. Luciano, que se interessa e gosta de falar de política em suas entrevistas, segue com sua postura mais crítica.

Nesse segundo turno, em Goiás, a dupla gravou um vídeo apoiando Marconi Perillo ao governo do estado, que acabou se elegendo ontem. Dois anos atrás, Zezé declarou apoio a Iris Rezende na eleição para prefeito de Goiânia. Rezende foi o candidato derrotando por Perillo ontem.

Em relação aos artistas da nova geração, poucos se envolveram esse ano, justamente pela ausência dos “showmícios”.

Fica o registro de César Menotti e Fabiano, que gravaram propaganda política a favor de Anastasia, governador eleito em Minas Gerais ainda no primeiro turno.

Sem contar nos apoios de sempre de artistas a vereadores e deputados, muitas vezes só por amizade.

Em todos os casos, a relação de sertanejos com política parece criar uma exposição desnecessária. Quem acompanha de fora, fã ou não, tende a desaprovar essas uniões.


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