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João Carreiro volta a cantar em novo DVD de Sérgio Reis e Renato Teixeira
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André Piunti

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Na próxima terça-feira, dia 10, na Quinta da Cantareira (em Mairiporã, grande São Paulo), Sérgio Reis e Renato Teixeira gravam a segunda edição do “Amizade Sincera”, projeto de grande repercussão que relembra grandes canções da música sertaneja.

O DVD, fechado apenas para convidados, terá três participações: Toquinho, Amado Batista, e o cantor João Carreiro, que aceitou o convite mesmo estando em um período mais recluso desde que anunciou uma pausa na parceria com Capataz. A participação será só do João.

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Assim como acompanhei o primeiro DVD (lembra?), estarei na gravação e conto aqui depois como foi.

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Algumas notas
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André Piunti

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O cantor está lançando seu primeiro CD solo, “Pronto pra te amar”, que traz duas participações de peso: Leonardo e Eduardo Costa. Com Leonardo, uma canção bem humorada, “Muda pra Goiás”, e com Eduardo, a apaixonada “Morrer de Amor”.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11800255[/uolmais]

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11800258[/uolmais]

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Premiados

Na última quarta-feira, foi realizado no Rio de Janeiro a entrega do “Prêmio da Música Brasileira”, que foi gravado e será transmitido pela Globo, nesse domingo, após o “Domingo Maior”.

Entre as diversas categorias, dois prêmios foram para os sertanejos: Zezé di Camargo e Luciano venceram como melhor dupla de canção popular, pelo disco “Double Face”, e Renato Teixeira com Sérgio Reis venceram como melhor dupla de canção regional, pelo projeto “Amizade Sincera”.

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Delmir e Delmon

A canção já é conhecida por todos, mas o fato agora é mais do que inusitado. O trio Delmir, Delmon e Joselito também gravou a música “Sou Fod*”. Caso alguém não saiba, Delmir e Delmon estão na história da música sertaneja por fazerem parte da primeira formação do Trio Parada Dura.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/11800211[/uolmais]

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Marcos e Belutti

A dupla se apresentou, ontem, no Villa Country, em São Paulo. Um álbum de fotos pode ser conferido abaixo.

Marcos e Belutti – Villa Country

Veja Álbum de fotos


Feliz Natal
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André Piunti

Faço essa postagem para desejar a todos vocês um Feliz Natal, repletos de alegrias e de reflexões importantes para que o futuro de todos possa ser cada vez melhor.

Agradeço a companhia de sempre, mesmo em feriados e datas festivas, e espero que esse final de ano seja o melhor possível a vocês.

Ontem, pensando no texto de hoje, acabei ouvindo na rádio uma gravação que já foi postada aqui, mas que vale a reprise.

Aproveitando que hoje é dia do especial de Roberto Carlos, segue o vídeo do rei cantando “Rei do Gado” ao lado de Sérgio Reis e Almir Sater, que na época interpretavam os papéis de Pirilampo e Saracura na novela “O Rei do Gado”.

Essa parceria aconteceu no especial de 1996.

Para assistir, basta clicar sobre a imagem abaixo.

Lembrando que durante essa semana, foi ao ar o programa Universo Sertanejo #50, especial de Natal. Para ouvir, clique aqui.

Feliz Natal =)


por Renato Teixeira
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André Piunti

Foi publicado, hoje, um texto do Renato Teixeira no site de Victor e Leo.

O objetivo do texto é falar sobre o novo CD da dupla, “Boa Sorte Para Você”, mas resolvi publicar aqui por causa do que o Renato fala e deixa transparecer sobre música sertaneja, definindo muito bem o que tanta gente pensa.

Os negritos são por minha conta.

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por Renato Teixeira

Como é bom ouvir uma canção capaz de deixar a gente feliz. Limpa, clara e direta. Para ouvir no carro pelas estradas, numa manhã de domingo. Victor e Leo são artistas para grandes eventos, para lotar ginásios e fazer a festa.

Mas, também, são maravilhosos e poderosos artistas do rádio.

Dizem que “houve” uma era do rádio. Errado; a era do rádio é agora e sempre. É pelo radio que vem a consagração.

O cd “Boa Sorte Pra Você” traz essa proposta radiofônica, que é a base de tudo. É daí que vem a popularidade. É daí que as canções disparam pelo ar caçando ouvintes. O radio é o espírito da coisa.

A arregimentação, os arranjos e a própria vocalização de “Boa Sorte Pra Você” nos levam com gentileza e elegância e não nos confundem. A moçada se entrega completamente e os shows de Victor e Leo são sempre celebrações em torno das canções de felicidade. Tudo leve e solto, sem lenço e sem documento.

Tudo começou bem lá atrás, nos tempos de Cornélio Pires que foi quem inventou o personagem que fala errado e canta modas de viola. Ele percebeu o jeito diferenciado de ser do caipira e “radiofonizou” suas historias simples. A idéia era divertir as pessoas, alegrar o ambiente. A dupla surge em função da viola ponteada que precisava de um violão para deixar mais redondo. O músico do violão, já que estava ali mesmo, começou a fazer um contracantozinho aqui, outro lá e a coisa foi se ajeitando até o formato Tonico e Tinoco, um verdadeiro achado musical. Um formato essencialmente brasileiro.

No final dos anos sessenta, começo dos setenta com a grande transformação cultural do planeta, o caipirismo cumpriu seu ciclo de vida ativa e desapareceu.

Apesar de tudo, as músicas que eles fizeram continuaram agradando. Sérgio Reis, com “Menino da Porteira”, Chitãozinho e Xororó,com “Rancho Fundo” e Ellis, consagrando “Romaria”, uma nova proposta para a retomada do gênero, mostraram que, na verdade, a música da cultura caipira não estava morta; apenas se rearticulava, se repaginava e influenciava artistas preocupados em achar uma nova expressão musical fundamentada nos valores caipiras, sem dúvida um caminho mais difícil do que montar uma banda de rock and roll.

Com a chegada de Chitãozinho e Xororó, a popularidade do gênero se manifesta com todo o esplendor da sua história. Sempre fora assim. Em 69, por exemplo, quando Tonico e Tinoco anunciaram que iriam se apresentar num circo em São Miguel Paulista, a polícia teve que intervir na estação da Luz para conter a multidão que queria ir de trem.

Agora, relida e repaginada a música dos caipiras voltava à cena. Seria ingenuidade pensarmos que essa retomada seria possível utilizando apenas formatos antigos.
Fizeram uma espécie de antropofagia histórica, preservando a idéia da dupla e o costume de cantar para fazer a gente nunca esquecer quem é e somaram a isso a linguagem contemporânea que se pratica. Tudo simples e prático.

Foi assim que o eixo da música brasileira, que sempre girou no litoral, começou também a girar no interior e outra realidade apareceu.

O movimento que ficou conhecido como sertanejo conquistou o mercado e se igualou a outros altamente populares, como a Bossa Nova, a Jovem Guarda e o Tropicalismo. Todos nascidos de partos difíceis, é bom não esquecer.

Esses “movimentos” são momentos mágicos, onde o mercado escolhe os artistas capazes de reunir em torno de si o maior número de seguidores possíveis. Assim, o sertanejo se estabeleceu.

Na seqüência dessa tendência outras duplas vieram e muitas outras virão. Num futuro muito próximo os nossos artistas diferenciados, aqueles que passarão para a história ao lado de Noel, Chico e Tom Jobim, não terão mais que, necessariamente, vir do samba. A música do Brasil central, agora é uma opção clara, uma influência saudável de um interior articulado e, à sua maneira, cosmopolita.

Victor e Leo, cientes desse processo, se prepararam para o sucesso nas casas de shows especializadas e puderam vivenciar um contato direto com um público de grande influência no comportamento nacional.

Beleza, juventude e vozes bonitas, que não agridem e penetram em espirais delicados em nossos ouvidos. Ouvindo Victor e Leo ninguém se sente abandonado nem constrangido porque a sensação é boa para todos.

Nada é feio.

O som das vozes exatas tem a precisão de Vieira e Vieirinha e os vibratos, em determinados momentos, soam como soavam os maravilhosos vibratos do trio Irakitan.

Percebo também um certo “espírito de Gonzagão” que ronda deliciosamente muitas das canções da dupla. Estão ali a estrada, o sertão, o fogão rústico, a lagoa e sempre alguém a esperar. Aqui não avaliamos o lado dramático tão comum na música caipira original porque esse departamento está desativado, aguardando sua vez.

Victor e Leo é pra quem está de bem com a vida ou para quem está querendo chegar lá.

“Boa Sorte Pra Você” é para as novas gerações de brasileiros que buscam os valores que definirão a estética dos próximos muitos anos.

Canções de felicidade são e sempre serão o melhor caminho.


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