Blog Universo Sertanejo

Arquivo : otavio augusto e gabriel

De lançamento em lançamento
Comentários Comente

André Piunti

Os primeiros meses do ano foram fracos de lançamentos, no que diz respeito a quantidade. Em maio, de repente, tem músicas e trabalhos sendo lançados todos os dias, e eu vou tentar equilibrar as postagens aqui, pois se não vira um blog só de lançamentos.

Abaixo, três novidades. Volto depois com mais lançamentos.

___

No início da semana, George Henrique e Rodrigo lançaram um vídeo ao lado de Jorge e Mateus, com a música “Conto até 10”. A dupla apadrinhada por Bruno e Marrone segue trabalhando “E Agora?” nas rádios, mas a canção em parceria com Jorge e Mateus vai acabar andando por conta da internet.

___

Também nesta semana, foi lançado um vídeo que gera uma série de discussões, mas que provavelmente vai andar bastante. Thiago Brava, em seu primeiro DVD, gravou ao lado do Catra e do Cristiano Araújo uma canção chamada “Tá Soltinha”. Quem acompanha o blog, deve se lembrar que essa música já apareceu por aqui recentemente.

___

Outra dupla a lançar música nova durante a semana foi Otávio Augusto e Gabriel. Após apostarem em “Copacabana” no início do ano, canção animada, eles voltam ao romantismo com “Desenhando Corações”.


Algumas notas
Comentários Comente

André Piunti

-Barretão

Gerou uma boa discussão, na semana passada, a pré-programação divulgada pela organização de Barretos. A maioria dos comentários postados aqui reclamava da falta de alguns sertanejos, como Paula Fernandes, Eduardo Costa, Michel Teló, César Menotti e Fabiano e Bruno e Marrone, e a inclusão de nomes como Seu Jorge, Thiaguinho e etc.

Por ser a grande festa do gênero, todos se sentem no direito de dar seus pitacos, o que faz sentido. Seguindo a linha da maior parte das críticas, também não sou muito fã de shows não-sertanejos em festas de peão, apesar de entender os argumentos de quem os contrata. Só não gosto quando fica gente ‘nossa’ de fora.

A única questão que queria deixar aqui a respeito da discussão é: será que a programação pouco celebrada de 2012 é resultado de uma escalação mal feita ou de um cenário de duplas já cansado? A segunda opção me parece mais concreta, e me lembra em alguns aspectos do texto que escrevi sobre a falta de novidades no mercado.

___

-Gino e Geno

Aos que enviaram mensagens nas últimas semanas perguntando sobre novo trabalho de Gino e Geno, segue a resposta: de acordo com a equipe da dupla, o novo projeto, CD/DVD gravado em junho do ano passado, em Itumbiara-GO, está previsto para ser lançado em julho pela Som Livre.

___

-Zezé di Camargo e Luciano

Falando em DVD, o da dupla Zezé di Camargo e Luciano, que seria lançado dia 7 de maio, foi remarcado para o dia 20 de junho.

___

-Otávio Augusto e Gabriel

A dupla é marcada por insistir na música mais pura, tradicional, com letras bonitas, e sempre tiveram de lidar com as consequências complicadas da escolha.

Depois de trabalhar “Modelete Piriguete”, uma música-chiclete que pouco tem a ver com a história deles, agora os irmãos lançaram uma belíssima canção nova, aparentemente voltando a insistir em fazer o diferente. “Pipa Amarela” é dos mesmos autores de “Mala Amarela”, e ambas as músicas foram enviadas juntas à dupla. Como o nome era muito parecido, resolveram gravar apenas a “Mala”, e só agora gravaram a “Pipa”.


Otávio Augusto e Gabriel
Comentários Comente

André Piunti

A presença da dupla aqui no blog é cobrada há tempos, tanto por quem defende a música sertaneja menos comercial, como por artistas renomados que dizem “você conhece os meninos? Fala dos meninos, eles são bons”.

Representantes da autêntica moda de viola dentro da geração mais nova do sertanejo, Otávio Augusto e Gabriel lançam, daqui 10 dias, o novo CD da carreira. Pela primeira vez, no entanto, a dupla pisa em um terreno novo, que vai tirar, de vez, o rótulo de dupla exclusivamente tradicional.

Algumas canções do novo trabalho, como “Teu Universo”, que pode ser ouvida mais abaixo, mostram uma tentativa de adaptação da dupla. Não se trata de nada exagerado, de uma mudança radical, mas o suficiente para que alguns estranhem e, eventualmente, reclamem.

Com um casamento de vozes elogiado pelos mais diversos artistas sertanejos, a dupla traz um CD com três participações: Rick, Gino e Geno e Eduardo Costa.

Conversei, ontem, com o Gabriel, que além de falar do CD, tocou em um assunto pouco tratado: a falta de movimentação dos cantores de música sertaneja tradicional, que impede que o gênero tenha mais destaque. Como a dupla vive essa realidade há 12, anos, vale a pena conferir o que ele fala.

Otávio Augusto tem 32, e Gabriel, 28 anos.

___

É exagero dizer que vocês mudaram de estilo, mas há músicas no novo CD que vocês não gravariam há dois anos, por exemplo…

Na verdade, não teve nada forçado, a gente foi de acordo com a nossa identificação. De forma devagar, a gente foi tentando algum som parecido com o que o mercado vem pedindo. Foi um estudo grande na questão de repertório e arranjos para que nós fizéssemos o que o mercado pede, mas sem perder a nossa identidade.

Temos uma história longa e o respeito de muita gente por tudo que fizemos, então tomamos cuidado para que não pareça que nós estamos abandonando nossas características.

Vocês foram uma das poucas duplas novas que investiram, tanto tempo quanto dinheiro, em um estilo musical sem abertura no grande mercado. O que esse tempo todo mostrou a vocês?

De fora nem sempre se vê, mas vivendo esse meio, infelizmente a gente percebe que nessa linha de sertanejo tradicional, as pessoas não souberam se desenvolver profissionalmente. Nós temos um mercado sertanejo muito forte hoje, mas as duplas que trabalham com o tradicional não aproveitam pra crescer, pra se fortalecer.

Pra você ter uma ideia, um cachê de 10 mil em um show de dupla de violeiros é cachê top. Tão top que quase ninguém consegue ganhar isso. Lógico que não dá pra querer equiparar com música comercial, mas com algum esforço, daria pra melhorar a situação. Só que há um comodismo que exigiu que a gente se mexa, busque algo diferente.

Mesmo com essa dificuldade, a música “Mala Amarela” saiu do meio tradicional e se tornou o grande sucesso de vocês, que chegou a tocar nas maiores rádios. Ela não é um sinal de que há um grande interesse nesse estilo?

Muita gente conhece a gente por essa música, ela foi quase um sucesso nacional, mas do ponto de vista profissional e financeiro, colhemos muito pouco. Se fosse uma música de outro estilo, tocando como tocou, nós poderíamos ter ficado bem. Essa é a realidade.

Com qual estilo você gostaria que sua dupla se tornasse reconhecida?

Eu penso em algo como João Paulo e Daniel, que fazia algo moderno, o romântico da época, mas sempre revezando com as modas de viola. Eles faziam música pro mercado, que fizeram sucesso nas rádios, e o disco trazia várias modas de viola.

Pra quem vive há 12 anos de um estilo fora do mercado, você acredita que é possível fazer sucesso sem se adaptar a essa atual música sertaneja?

Não dá pra falar que é impossível, mas é muito complicado. Eu acredito que há um público muito grande, hoje, que está sem artista para ouvir, que é o público dos anos 1990 que estourou o sertanejo. Eu acredito que alguém ainda vai surgir e pegar essa parcela de público que não consome o novo sertanejo. O problema é acertar, mas quando alguém acertar esse público, vai se destacar demais. Do pessoal que apareceu nos últimos anos, acho que o Eduardo Costa é quem mais se aproxima desse pessoal que ainda gosta de música romântica, quase brega, bem popular.

___

Abaixo, a canção “Teu Universo”, de trabalho, e “Estrada do amor”, gravada ao lado do Eduardo Costa.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>