Blog Universo Sertanejo

Arquivo : janeiro 2013

A Veja acertou na matéria sobre música sertaneja?
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André Piunti

Nesta semana, como comentei dias atrás, chegou às bancas a revista Veja que tem a música sertaneja como principal destaque, matéria de capa, dez páginas falando do mercado.

Antes de a revista sair, já havia quem se adiantasse nas críticas. O que é que a Veja, que nos chama de “breganejos” sempre que pode, entre várias outras coisas, pretende com uma capa sobre o sertanejo?

Não condeno quem tenha pensado assim. Falar mal da Veja é esporte também praticado por mim toda vez que leio coisas do tipo. Mas a matéria da semana, como devem ter reparado os que se dispuseram a ler, não tem nenhuma cutucada, nenhuma tiração de sarro, nenhum adjetivo utilizado com a intenção de desprezar os artistas ou a música em si.

A matéria acertou em um ponto fundamental que eu já havia citado no blog em outras ocasiões: não dá pra falar do nosso meio tendo como ponto de partida um artista. Tantas foram as vezes que se pegou o Luan e, a partir dele, tentou-se explicar o mercado. Não dá. Não existe um padrão, não dá pra explicar um Eduardo Costa, por exemplo, a partir de um Luan Santana. O resultado vai ser sempre uma matéria cheia de buracos, como vimos várias vezes nos últimos anos.

Escolhendo Michel Teló, Fernando e Sorocaba, Zezé di Camargo e Luciano e Bruno e Marrone para explicar a música sertaneja de hoje, o autor da matéria, Sérgio Martins, fez duas coisas interessantes: ignorou por completo o arrocha-funk-axé-moderno que se tenta enfiar na música sertaneja, e decidiu apostar na ideia, defendida pela maioria aqui, de que todo o sucesso atual faz parte de uma história antiga, que teve seu boom nos anos 1990, e que segue crescendo (mesmo alguns não concordando em chamar a música atual de “sertaneja”).

Creio que nem todos estejam de acordo com os artistas escolhidos, no blog mesmo já veio gente comentar inconformada com a ausência de determinado nome, mas o resultado final me pareceu positivo. Quando soube que haveria uma matéria assim, meu principal receio foi o de que as coisas ficassem mal explicadas, e todos os leitores da revista “conhecessem” a música sertaneja de uma forma equivocada. Aí seria algo realmente complicado. Mas a realidade é bem aquilo que está escrito na matéria.

Sobre “comemorar” a matéria, discussão que surgiu nos comentários também, acho que não há problema algum. De certa forma, é mais uma conquista.

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Queria só citar aqui alguns dados publicados na matéria. De acordo com levantamento feito pela “Target Group Index”, 47% dos ouvintes de rádio no Brasil, ouvem música sertaneja. Em São Paulo e no interior, o número sobe para 60%.

Muito interessante também é o caso de Salvador: 45%.


Prestem atenção
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André Piunti

Quando elogio Bruno e Marrone aqui, sempre aparece alguém dizendo que é exagero ou que eu defendo a dupla até demais, mas há momentos em que não dá pra não exaltar o tamanho deles.

O vídeo abaixo é do Bruno. Foi gravado no estúdio “VIP”, do Dudu Borges, antes da gravação do novo DVD. Era a primeira vez que o Bruno cantava “Eu não vou aceitar”. Ele não conhecia direito a letra e estava aprendendo a melodia.


Programa Universo Sertanejo #158
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André Piunti

Fala, pessoal.

Entrou no ar, no final da tarde de ontem, a 158º edição do programa Universo Sertanejo, na Rádio UOL.

No programa desta semana, o destaque é a canção que César Menotti e Fabiano lançaram com a Preta Gil, “Amor em Dobro”. O outro lançamento fica por conta da dupla Edson e Hudson, “Mulher de Porre é Mole”, que faz parte do novo projeto deles, “Faço um circo por você”.

Além dos dois lançamentos, há canções como “Não demore a perceber”, de Jorge e Mateus, “Deixe seu recado”, de Gino e Geno, “Te Vivo”, com Luan Santana, e um resgate muito legal, da música “Queixas”, de Chitãozinho e Xororó, entre outras.

Para ouvir o programa, basta clicar na imagem abaixo.

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01 – César Menotti e Fabiano com Preta Gil – “Amor em Dobro”
02 – Jorge e Mateus – “Não demore a perceber”
03 – Edson e Hudson – “Mulher de porre é mole”
04 – Gino e Geno – “Deixe seu recado”
05 – Chitãozinho e Xororó – “Queixas”
06 – Fred e Gustavo – “Vai que eu quero ver”
07 – Luan Santana – “Te Vivo”
08 – Leandro e Leonardo – “Talismã”
09 – Carlos Vives com Michel Teló – “Como le gusta a tu cuerpo”
10 – César Menotti e Fabiano – “A carta”
11 – Cristiano Araújo – “Você Mudou”
12 – Pedro Bento e Zé da Estrada – “Boneca Cobiçada”


O retorno de uma festa, com Munhoz e Mariano
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André Piunti

O texto estava agendado para sair no domingo, dia 27, mas por conta do acidente em Santa Maria, achei que não havia clima pra postar algo sobre festa.

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Na noite da última sexta (25), foi realizado um show de Munhoz e Mariano em Valinhos-SP, na “Festa do Figo”. Valinhos é colada em Campinas, interior de São Paulo.

Apesar da chuva fina e ininterrupta, a noite estava lotada, com um público animado do começo ao fim, e em ótimo horário pra um evento focado na família (o show começou às 22h30 e acabou às 00h30).

Conversando com a dupla e com a equipe após o show, ouvi mais de uma vez a seguinte frase: “que festa bacana, a gente não conhecia”.

Claro que eles não conhecem. E é normal que você também não conheça.

Respeitada e conhecida na região, a “Festa do Figo” ficou marcada por seus grandes shows nos anos 1990. Não era qualquer evento que conseguia trazer, em 1999, por exemplo, Zezé di Camargo e Luciano, Paralamas do Sucesso, Karametade (lembra do sucesso?) e Sandy e Junior.

Acontece é que há exatos oito anos, em um daqueles rompantes geniais que, por mais que se explique, a gente nunca vai entender, decidiu-se que não haveria mais shows grandes na Festa, somente apresentações de bandas locais. Não preciso dizer o que os moradores acharam, né?

Em 2013, os grandes shows voltaram. O ingresso para a apresentação de Munhoz e Mariano custou R$30, preço popular, e se falou em 20 mil pessoas. Fora o fato de a festa ser boa, com cara de interior. Foi bom ver aquela multidão toda de volta ao parque, como eu via 15 anos atrás (sim, a postagem é um tanto sentimental).

Como curiosidade, segue abaixo o show dos Mamonas Assassinas de 1996. A apresentação virou VHS e as imagens são usadas até hoje em matérias sobre o grupo. O palco continua o mesmo, no mesmo local, do mesmo jeito, após ter ficado praticamente abandonado na última década.

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*Na próxima sexta, dia 1º, tem João Neto e Frederico.


Gino, da dupla Gino e Geno, fala sobre tratamento do câncer descoberto há 6 meses
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André Piunti

Em junho de 2012, início de um período de férias, o cantor Gino, da dupla Gino e Geno, decidiu fazer um check-up. Nos exames, apareceu um nódulo do tamanho de um grão de café localizado no intestino grosso.

Novos exames diagnosticaram que o cantor estava com câncer. Gino fez a cirurgia para a retirada do tumor em São Paulo, no Hospital Sírio Libanês.

A notícia da doença não se espalhou, mesmo ele tendo passado todo o último semestre em sessões de quimioterapia. Até mesmo pessoas próximas do meio artístico não foram informadas sobre sua condição.

Na semana passada, em Divinópolis-MG, cidade onde mora, Gino comentou em um programa de rádio a respeito de sua doença, e comemorou o resultado positivo do tratamento.

No último domingo (27), dia em que completou 66 anos, conversei por telefone com ele. Abaixo, um resumo da conversa.

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-O diagnóstico

Deixa eu te explicar direitinho. Em junho do ano passado, eu fiz um check-up completo, bem completo mesmo. Eu sou uma pessoa muito preocupada com saúde, todo ano faço meu check-up. Com os exames em mãos, meu médico sugeriu que eu fizesse uma colonoscopia (exame no intestino grosso).

O diagnóstico foi que eu tinha em negocinho do tamanho de um grão de café no intestino grosso, e que aquilo era um câncer.

-Sintomas

Eu não senti nada, não tive dor em nenhum momento. O problema é que o câncer é uma doença muito traiçoeira, ela não avisa que está lá e vai te adoecendo. O importante é você descobrir antes que ela te avise.

-A reação

Olha, é uma notícia difícil de receber, mas eu sempre tive muita fé em Deus. Fui ao Sírio Libanês em São Paulo, fiquei internado e fiz a cirurgia. Logo depois, sentei com o médico e perguntei o que ele faria se estivesse no meu lugar.

Ele me disse que a cirurgia tinha sido bem sucedida, mas que não dispensaria uma quimioterapia, pra evitar que alguma sementinha tivesse ficado ali dentro.

-E como foi o processo? Quanto tempo levou a quimioterapia?

Todo o segundo semestre eu passei tratando desse problema. Foram sete sessões, acabei agora em janeiro. Como o problema foi descoberto ainda no início, a quimioterapia foi mais branda, não caiu cabelo.

Mas pra falar a verdade pra você, mesmo sendo branda, aquilo judia demais da gente. Quimio é fod*.

-Shows

A gente conseguiu manter os compromissos. Eu fiz o check-up justamente quando a gente tirou um tempo pra descansar, então não tinha muitos compromissos marcados. Depois eu fui conciliando, deu tudo certinho.

-Fim do tratamento

O tratamento acabou algumas semanas atrás, e graças a Deus, o médico falou que deu tudo certo, que eu tô bem de novo, não sobrou nadinha lá dentro. Até minha cervejinha agora foi liberada.

As pessoas acham que o câncer é só aquela coisa que você descobre já muito doente. E não é, você pode arrebentar com ele logo no comecinho, aí ele não ganha força. Muita gente tem a impressão de que o câncer é o fim da vida, que não tem mais o que fazer, aí entra em depressão. Eu sou prova que isso não é verdade.

-Doença em segredo

Não é que seja segredo, mas é que não tem necessidade de sair falando, né? Algumas pessoas mais próximas sabiam. O que eu quero agora é alertar as pessoas sobre prevenção. Não dói fazer um check-up, isso pode salvar sua vida. E nem só os mais velhos, tem muito jovem morrendo por não dar atenção, por achar que não vai acontecer com eles.

Eu rezo todos os dias pra que meus amigos não tenham doenças incuráveis, peço a Deus todos os dias. Hoje eu tô aqui comemorando meu aniversário, muito feliz, e vou ali tocar viola daqui a pouco, você deve tá escutando o barulho. Queria muito que meu exemplo pudesse ajudar as pessoas.


Luan Santana homenageia fã morta em tragédia de Santa Maria
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André Piunti

Luan Santana publicou, na noite de ontem, uma homenagem a Maria Mariana, uma fã sua morta no incêndio. Através de uma postagem antiga no Twitter, a menina pedia que Luan regravasse “Meu Destino”, primeira canção composta por ele, aos 10 anos de idade. Luan publicou um vídeo, que pode ser assistido abaixo, cantando a música.

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A polícia disse, ontem, que um artefato foi colocado na luva do vocalista da banda que tocava na boate de Santa Maria. Não tão comum, o recurso é utilizado por alguns sertanejos. Cortei o cantor da foto abaixo, que está começando a carreira, pra que não caiam em cima dele como se fosse o único.

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O número de vítimas da tragédia de Santa Maria assusta, mas temos total noção de que vivemos sob riscos em outras boates e festas nas quais não se obedece as condições mínimas de segurança, inclusive com donos que comemoram e se vangloriam de superlotações, imaginando o resultado da bilheteria.

Creio que após a situação extrema do último domingo, os artistas comecem a aposentar artifícios que causam faíscas pelo menos em casas pequenas. O cantor Sorocaba, um dos que mais investe e se preocupa com a questão do espetáculo, publicou em seu Twitter: “Entretenimento sem responsabilidade da espaço a fatalidade… que pesadelo terrível… Meus pêsames as famílias”.

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Michel Teló, que não utiliza recursos do tipo em boates, se lembrou de um caso que aconteceu com o grupo Tradição em 2000: “Nós fizemos um show no Centro de Tradições Gaúchas de Campo Mourão, no Paraná. Soltamos uns fogos na lateral do palco e algumas faíscas pegaram em um tecido que estava no teto, que era de madeira, e começou a pegar fogo. O pessoal da nossa equipe subiu correndo na hora e apagou, graças a Deus”. Michel contou a história após a gravação de seu DVD no Guarujá, em entrevista ao blog, no último domingo.

No acidente de Santa Maria, havia uma fã que acompanhava os shows de Teló, a jovem Flávia Magalhães.


As músicas mais tocadas da última semana (20/01 a 26/01)
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André Piunti

Abaixo, a lista das músicas sertanejas mais tocadas na última semana, de 20/01 a 26/01.

Apesar de parecidas, as listas anteriores traziam uma novidade aqui ou ali. A última, no entanto, não surpreende com nenhuma canção.

Luan Santana voltou a assumir a primeira posição com “Sogrão Caprichou”, após ter visto sua liderança ser ocupada por “Vidro Fumê”, durante a semana em que a canção de Bruno e Marrone foi lançada.

Em segundo, reiterando sua boa fase, está “Quando você some”, de Victor e Leo com Zezé di Camargo e Luciano.

Lembrando que ao lado do nome do artista, entre parênteses, está a posição que a música ocupava uma semana antes.

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01 – Sogrão Caprichou – Luan Santana (2)
02 –Quando você some – Victor e Leo part. Zezé di Camargo e Luciano (4)


03 – Vidro Fumê – Bruno  e Marrone (1)
04 – Love Song (Canção de Amor) – Michel Teló (3)

05 – Anjo Protetor – Eduardo Costa (5)
06 – Criação Divina – Zezé di Camargo e Luciano part. Paula Fernandes (5)

07 – Gatinha Assanhada – Gusttavo Lima (6)
08 – Mente pra mim – Cristiano Araújo (8)

09 – Livre – Fernando e Sorocaba (10)

10 – Turbinada – Zé Ricardo e Thiago (9)

*Fonte: Crowley Broadcast Analisys

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Sertanejo na capa da “Veja”.
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André Piunti

A imagem acima não é uma ilusão de ótica, tampouco uma montagem, apesar de causar confusão na cabeça de alguns.

A nova edição da revista “Veja”, que chega às bancas neste sábado, traz uma foto do cantor Sorocaba de costas, e uma chamada com destaque para a palavra “sertanejos” (a imagem acima é um recorte da capa, há outras chamadas na parte superior e uma legenda na parte inferior).

Não li a matéria ainda, então não tenho como ir muito longe nos comentários, mas voltarei logicamente a tocar no assunto assim que eu pegar a revista.

O mercado já sabia que estava pra sair uma matéria na “Veja”, já que ela conversou com pessoas de todas as áreas do nosso meio, mas ninguém imaginava que a reportagem ganharia a capa.

É importante, sim, e é significativo, já que a forma com que a revista costuma tratar a música sertaneja sempre nos incomodou.

A gente discute nos próximos dias.

Abaixo, o autor da matéria, Sérgio Martins, explica a escolha dos artistas entrevistados na matéria.


Luan Santana confirma gravação do 3º DVD para abril, em São Paulo
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André Piunti

O cantor Luan Santana anunciou, por meio de seu Twitter, que a gravação de seu novo DVD acontecerá em São Paulo, no mês de abril, mas não precisou a data.

O empresário do cantor, Anderson Ricardo, havia divulgado duas semanas atrás uma lista com cinco prováveis cidades nas quais o projeto poderia ser gravado, e São Paulo estava entre elas.

Cheguei a escrever aqui que era grande a possibilidade de Luan gravar no exterior (Las Vegas ou Lisboa), pois existiram reuniões e negociações a respeito, mas acabou ficando decidido pelo DVD no Brasil.

Luan ainda anunciou que fará captações de imagens em outros locais, mas que o bruto do DVD mesmo será em São Paulo. Abaixo, segue o texto que ele divulgou através do Instagram/Twitter.

“Tenho a felicidade de ter nascido em um país tão grande com tantas belas cidades e ter conquistado fãs nos 4 cantos dele, isso faz com que escolher uma cidade para gravar meu terceiro DVD vire um grande desafio. Minha equipe percorreu várias regiões do país durante mais de um ano, então decidimos gravar várias ações em várias cidades e incluir tudo no projeto!

Assim, fãs do país todo vão poder fazer parte e viver mais esse sonho ao meu lado. Porém tudo girará em torno de um show principal totalmente diferente que surpreenderá todo mundo… mas onde será? No dia em que a maior cidade da América Latina completa 459 anos, anuncio que gravarei meu terceiro DVD no mês de abril, na cidade de São Paulo”.


“Camaro Amarelo” na prova da UnB
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André Piunti

A Universidade de Brasília (UnB) divulgou ontem uma lista atualizada de “Obras de Conhecimento”, de cinema, música, teatro e etc, que servirão de base para a formulação das provas da primeira etapa do PAS  (Programa de Avaliação Seriada*).

A atualização, discutida no segundo semestre do ano passado, traz a inclusão da canção “Cuitelinho”, na versão do Pena Branca e Xavantinho, e uma surpresa, que é o “Camaro Amarelo”, da dupla Munhoz e Mariano.

É claro que haveria algumas manifestações contrárias na internet, mas em coletiva realizada ontem, Rogério Basali, consultor de Gerência e Interação Educacional do Cespe/UnB, defendeu que as obras têm a ver com a “identidade dos grupos de jovens”, independentemente do gosto pessoal de quem discutiu a lista.

Ou seja, o mínimo conhecimento sobre uma canção antiga sertaneja e uma da nova geração, provavelmente ajudará no desempenho do aluno.

O assunto me lembra um concurso público no Paraná, no ano passado, no qual caiu uma pergunta sobre “Ai Se Eu Te Pego”, o que também gerou um série de críticas.

*O PAS é um sistema no qual o aluno faz uma prova por ano, durante os 3 anos do ensino médio, e que dá acesso à universidade. É uma das alternativas atuais ao vestibular tradicional.