Blog Universo Sertanejo

Arquivo : Tinoco

Foto histórica: Rosalinda (Hebe), Florisbela, Tonico e Tinoco no início de carreira
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André Piunti

A carreira da Hebe é bastante conhecida, e muita gente sabe que, antes de entrar pra televisão, entre tantas outras coisas, ela teve uma carreira como cantora.

No início da década de 1940, ela formou, ao lado da irmã Stella, a dupla Rosalinda e Florisbela. Hebe era a Rosalinda, apesar de dizer, em entrevistas mais recentes, que ela nunca soube quem era quem.

Ainda no início da década, em São Paulo, começava a circular o nome dos ainda desconhecidos Tonico e Tinoco. Eles cantavam na Rádio Difusora de São Paulo, no programa do Capitão Furtado (sobrinho do Cornélio Pires).

Na mesma rádio e na mesma época, Rosalinda e Florisbela também cantavam na rádio.

Abaixo, uma foto histórica. À esquerda, Tonico, Tinoco, Rosalinda (Hebe) e Florisbela.

Em 1992, em um programa especial que pode ser conferido no vídeo abaixo, Hebe relembrou a dupla ao lado da irmã. Juntas, elas cantaram “Pinho Sofredor”.

A canção, que faz parte do repertório das Irmãs Galvão (ou “As Galvão”, como queiram), foi composta por Ariovaldo Pires e Fêgo Camargo. Fêgo era o apelido de Sigesfredo Camargo, pai de Hebe.

A foto apresentada acima faz parte de uma coleção fantástica de um site que preserva a história de Tonico e Tinoco. Vale a visita.


Declarações sobre Tinoco: Dilma, Zezé di Camargo, Sérgio Reis e mais
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André Piunti

Diversos artistas se manifestaram, ontem, sobre o falecimento de Tinoco. O UOL publicou uma matéria com algumas declarações, e eu reprozudo aqui no blog os depoimentos dos sertanejos.

Aproveito também para publicar a nota oficial da presidenta Dilma, que se manifestou no final do dia.

Antes das frases, só um lembrete: amanhã, domingo, vai ao ar a gravação que o Tinoco fez do Viola Minha Viola, na última quarta-feira. O programa vai ao ar às 9h.

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Inezita Barroso: “Eles abriram a porteira para a música de raiz. Antes era coisa de caipira, mas ele venceram, arrebentaram e continuaram cantando igual até morrer. É o que eu pretendo fazer também. Influenciaram todas as boas duplas sertanejas”.

Sérgio Reis: É um dia difícil para mim porque me tornei o que sou por causa deles. Meu pai me deu uma viola quando eu era criança porque eu ficava ouvindo a dupla no rádio. Consegui ficar amigo deles e hoje a viola está autografada pelos dois e guardada a sete chaves”.

César Menotti: Ele era da geração da criação, ele respaldava aquela época de Cornélio Pires, Raul Torres, Florêncio, essa turma, lá por volta dos anos 40, 50, época em que o sertanejo saiu da porta do rancho e virou radiofônica. Essa história viva se encerrou hoje, o último que a representava já não está mais. Tonico e Tinoco explodiram um movimento que era restrito.

Zezé di Camargo: A viola do sertanejo hoje chora de saudade, hoje chora por alguém que vai deixar marca em cada acorde que a gente ouvir, em cada nota que tocar, em cada voz de um sertanejo, em cada frase, em cada história de quem ama este gênero… Ah! Vai ter, sim, sempre, o tom de um mestre, de dois ícones, Tonico e Tinoco. Os dois, agora, se encontram no céu, com as bênçãos de Deus.

Luciano: Ao lado de Tonico, Tinoco foi símbolo de um Brasil chamado de caipira. E, no fundo, a gente é caipira. Caipira é quem gosta de mato, a natureza, quem ama o simples, quem fala de amor sem rodeios, quem conhece a força de uma viola. Eles nos ensinaram a ter amor e orgulho por ser caipira. Brasil, verde e amarelo, mistura de cores, união de raças, hoje chora por quem tão bem representou a alma desta pátria. Nosso país é sertanejo e Tonico e Tinoco os símbolos desta bandeira.

Bruno e Marrone: Nossos mestres estão partindo para outro plano. Tinoco, vá em paz e obrigado por sua existência. A música brasileira, e principalmente a sertaneja, é eternamente grata a você.

Milionário: Tonico e Tinoco foram como professores para muitos músicos. Foram heróis em uma época em que não tinha internet, televisão. Os dois fizeram um baita nome na música. A perda é muito grande. Tinoco era muito humilde, não tinha quem falasse mal deles.

Luan Santana: Acabei de acordar e vi uma notícia que me deixou muito triste .Tinoco, a razão de a música sertaneja ser tão popular, faleceu hoje. Todos nós sertanejos, ao lado do Brasil todo, estamos orando por você, Tinoco! Descanse em paz.

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Presidenta Dilma:

“Ao lado do irmão Tonico, José Perez –o Tinoco– foi símbolo de um país que muitos chamam de caipira, e que, por muito tempo, representou a alma do Brasil rural. Nos 60 anos de carreira da dupla Tonico e Tinoco, o Brasil se viu refletido em músicas como “Tristeza do Jeca”, “Moreninha Linda” e “Chico Mineiro”, entre outras, que somadas venderam mais de 150 milhões de discos. A carreira da dupla abriu o espaço para a música sertaneja nas rádios e, assim, levou a todo o país uma expressão cultura muito particular do Brasil.

Com a morte hoje de José Perez, o Tinoco, a viola brasileira fica mais triste.

Dilma Rousseff

Presidenta da República”


A música sertaneja de luto
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André Piunti

Faleceu, na madrugada desta sexta-feira (4), o cantor Tinoco, aos 91 anos. Ele teve insuficiência respiratória seguida de parada cardíaca.

Um dia após se comemorar “o dia do Sertanejo”, a música sertaneja perdeu um dos nomes mais importantes de sua quase centenária história.

Aos 91 anos, Tinoco ainda trabalhava. Na última quarta-feira (2), ele gravou o programa da Inezita, gravação que ficará para sempre.

No próximo domingo, dia 6, ele se apresentaria na “Virada Cultural” de São Paulo.

Em 2010, durante a gravação do DVD de Renato Teixeira com Sérgio Reis, quando perguntei brincando se a aposentadoria estava próxima, ele respondeu que nunca iria parar de cantar, e que era o artista mais velho do mundo a fazer shows. Sempre de bom humor, independentemente de sua situação.

Como amplamente divulgado pela imprensa, os últimos anos de Tinoco não foram dos mais fáceis. Com a descoberta do câncer de sua esposa, dona Nadir, que faleceu em setembro de 2010, o cantor teve de pedir ajuda publicamente, rifar bens próprios e expôr sua condição pouco privilegiada para conseguir bancar o tratamento.

Alguns artistas se uniram para ajudá-lo, e o Hospital de Câncer de Barretos tratou de Dona Nadir.

Mesmo tendo o auge nas décadas de 1940/50, época em que as cifras não eram tão altas, Tinoco dizia que chegou a ganhar dinheiro, mas que não havia a cultura de ficar guardando, então ele dava a amigos e ajudava os outros sem muito se preocupar se iria sobrar.

Tinoco era o senhor de cabelo branco que lembrava nossos avôs. Tinha a fala caipira, pura, e sorriso fácil.

Que no dia de hoje, em que se foi um dos grandes responsáveis da nossa história, todos os que vivem da música sertaneja possam parar e pensar um pouco no rumo que as coisas estão tomando.

Ficam a voz, as canções, e o eterno “queee beleeeeza”.

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Tinoco recebeu algumas homenagens interessantes, mas talvez a mais emocionante tenha vindo de Roberto Carlos, durante a gravação do especial “Emoções Sertanejas”, em 2010, ano em que completou 90 anos de idade e 75 de carreira.


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