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Arquivo : dupla sertaneja

Após 10 anos separados, irmãos Wilson e Soraia voltam a formar dupla
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André Piunti

Na semana passada, após 10 anos separados, Wilson e Soraia voltaram a cantar juntos.

Os mais ligados em música sertaneja devem se lembrar de “Mais uma noite sem você”, “Casa Comigo” e a versão “Estrela e Luar”.

Durante a década afastados, Soraia fez carreira solo e Wilson chegou até a seguir com a dupla com outra cantora no lugar da irmã, mas não durou muito tempo.

A dupla ganhou destaque ao gravar a coletânea “Aquarela Sertaneja”, em 1992, pela Som Livre, após ser finalista do  “Festival Rimula de Música Regional”, exibido pelo SBT. Pra refrescar a memória, tem até um vídeo com o comercial do LP (reparem no repertório).

Novamente juntos, a nova música dos irmãos se chama “Cansei de Chorar”, e faz parte da trilha da novela “Balacobaco”, da Record. A canção pode ser ouvida abaixo.

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Se nada der certo, vire sertanejo
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André Piunti

Na última semana, foi noticiado que o programa “Ídolos” vem perdendo em audiência para “A Praça é Nossa”, deixando a Record em terceiro lugar no Ibope.

Antes dessa edição do programa, especulou-se que a música sertaneja teria mais abertura, com o intuito de que o vencedor do programa conseguisse algum destaque depois que a atração acabasse, já que o gênero está em evidência.

Acabou que o espaço para o estilo não foi isso tudo que alardearam, e apesar de as notícias sobre a audiência, a Record afirma que a edição atual tem o maior faturamento entre todas.

No entanto, já começaram novamente os boatos de que, se houver mais uma edição do programa no ano que vem, a música sertaneja será o alvo.

Cito o “Ídolos” por um motivo específico: Rafael Barreto, vencedor de 2008, tornou-se cantor sertanejo. Saulo Roston, vencedor de 2009, virá com canções sertanejas no próximo disco. Thaeme Mariotto, vencedora de 2007, hoje tem a dupla Thaeme e Thiago. Juliani Fernandes, finalista do ano passado, formou a dupla Juliani e Bruno, aposta da Record Entretenimento.

Ou seja, para cada edição realizada de “Ídolos”, há um sertanejo no mercado que não é, digamos, “original de fábrica”.

Com o sucesso atual do gênero, o sertanejo virou aparente solução ou salvação para muitos artistas. Até mesmo os programas de domingo na televisão estão cada vez mais recheados de cantores e duplas, em busca de audiência.

Pessoas que jamais imaginaram fazer parte da música sertaneja, hoje apostam nela para vencer. Para quem é criado a base de música sertaneja, é estranho ver um artista apostar no gênero só pelo fato de ele estar em alta, algo pouco comum ao longo da história, mas que tem se tornado uma realidade cada vez mais escancarada.

Em 2010, o cantor Fábio Elias lançou seu primeiro trabalho sertanejo. Fábio foi, durante 20 anos, integrante da banda de rock “Relespública”, fundada em Curitiba no final dos anos 1980. Foi alvo de chacota e de fãs indignados, mas segue sua carreira de músico profissional como cantor sertanejo. Recentemente, declarou que “ainda me perguntam se estou feliz tocando sertanejo. Na real, eu estou feliz tocando qualquer música. O importante é ter força pra tocar e cantar!”

Abaixo, Fábio Elias como roqueiro, dois anos atrás, e atualmente, como sertanejo.


Hudson (ex-Edson) e Giuliano (ex-Luiz Cláudio) se aventuraram fora do sertanejo, mas não resistiram por muito tempo. Ambos hoje formam novas duplas, como já era esperado.

Léo Magalhães também foi um nome que passou um tempo longe do sertanejo. Desconhecido, partiu para o Norte e Nordeste e acabou fazendo sucesso como cantor de arrocha. Com a ascensão dessa nova fase do sertanejo, decidiu voltar a seu estilo original e se destacou.

O mercado da música sertaneja, de mais de mil festas por ano e de cachês milionários, tem se tornado cada vez mais uma fábrica de ilusões.

Se tem gente até de dentro se iludindo, imagina quem vem de fora.


Histórias de uma dupla incomum
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André Piunti

Depois da prisão dos sertanejos assaltantes de joalheria, Dudu di Valença e Rodrigo, foram surgindo piadas atrás de piadas. Muito pelo fato de que um deles, o Dudu di Valença, era amigo de diversas pessoas do meio, frequentava a casa de figuras conhecidas da música sertaneja.

Das pessoas que conversei sobre o assunto, todos diziam que pelo tamanho da dupla, a estrutura de palco e instrumentos deles era de se admirar, acima da média.

O DVD deles, inclusive, foi feito por uma produtora de Goiânia cujo dono é um apresentador de TV querido no meio sertanejo.

Quem já trabalhou por alguns dias com a dupla foi Fernando, parceiro do Sorocaba, quando ainda fazia parte dos “Meninos de Rondônia”.

Como Fernando tinha um teclado e fazia bases de músicas para vender, a dupla comprou algumas por três reais cada (!). Curiosamente, esse teclado sumiu. Piada pronta.

Segundo a polícia informou, o “Rodrigo” preso fazia parte da primeira formação da dupla, antes daquela que gravou o DVD que pode ser visto no YouTube.

Atualmente, Dudu segue (ou seguia) carreira solo, e na próxima quarta-feira, 25, tinha apresentação marcada na boate “Bufalo’s”, durante a tradicional Pecuária de Goiânia.

Na semana passada, os irmãos presos foram tema da charge de Maurício Ricardo, o mesmo que faz as animações do Big Brother. A paródia foi feita em cima da música “A Casa Caiu”, de Fernando e Sorocaba.

Quem quiser conferir, basta clicar na imagem abaixo.

No início dessa semana, foi descoberto que Dudu não agia somente no interior de São Paulo. Em Gurupi, no Tocantins, as vendedoras de uma joalheria o reconheceram após as imagens divulgadas na televisão.

Há um vídeo que mostra Dudu em ação em uma joalheria. A qualidade da imagem é muito boa. Quem quiser assistir, pode clicar aqui.


Dupla é presa por furtar joalheria
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André Piunti

Foram presos ontem, em Ibitinga-SP, Altair e Altemir Parreiro, que formam a dupla Dudu di Valença e Rodrigo. Apesar de a dupla não ser famosa nacionalmente, não se trata de dois completos desconhecidos.

Os cantores foram presos quando tentavam furtar uma joalheria da cidade. Após a prisão, a dupla foi reconhecida por diversos outros crimes, do mesmo gênero, em cidades da região.

Os irmãos se vestiam com roupas caras, por isso não levantavam suspeitas.

Abaixo, um vídeo extraído do DVD da antiga formação da dupla. Nele, de roupa escura, está Dudu di Valença, um dos presos.


Separe sua dupla e não seja feliz
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André Piunti

Após a música sertaneja ter se tornado um produto de destaque na mídia a partir dos anos 1980, a separação de duplas passou a ser um dos piores negócios.

Não dá certo. A impressão que passa é de que grande parte do público deixa de gostar do artista no momento em que ele anuncia a separação. Foi assim com João Mineiro e Marciano, Milionário e José Rico, Matogrosso e Mathias, Chrystian e Ralf e Edson e Hudson. Rick talvez seja a exceção, pois o fim de Rick e Renner já era algo que vinha se desenhando há anos e a dupla já havia perdido força.

Leonardo e Daniel são casos diferentes, fatalidades.

O exemplo mais fácil e rápido de se ver é o de Edson e Hudson. A turnê “Despedida”, de 2009, teve diversos shows com grande público. Em Barretos mesmo, ao lado de Zezé di Camargo e Luciano, levaram quase 40 mil pessoas.

Separaram e ambos amargaram públicos irrisórios, cachês muito reduzidos e pouca abertura na mídia. Triste, mas previsível. Hudson, após apostar em uma banda, agora tenta um novo projeto ao lado de Donizeti. Edson, por sua vez, passou a cantar sozinho e se prepara para seu primeiro DVD solo. Na realidade, em português claro, estão na mesma.

João Mineiro e Marciano talvez representem o caso mais gritante. Em 1990, como já comentado aqui, a Veja publicou uma matéria que mostrava a concorrência entre eles e Chitãozinho e Xororó para ver quem era maior. Só que, dois anos depois, a dupla se separou, e os cantores simplesmente sumiram.

Suas músicas tocam até hoje, mas a impressão é de que os cantores deixaram de existir a partir do momento em que desfizeram a parceria.

Com a recente e enrolada separação de Hugo Pena e Gabriel, a pergunta que fica é a seguinte: será que ninguém percebeu que separar dupla é sinônimo de fracasso?

Sem fazer julgamento da vida e das vontades de ninguém, faz duas décadas, pelo menos, que o sertanejo se tornou um negócio milionário. Além de um sonho de infância, montar uma dupla e fazer sucesso também se tornou uma chance de mudar de vida.

Quando uma dupla conhecida se separa, é inevitável pensar nos milhares de cantores que sonham com um mínimo destaque no meio sertanejo. Talvez esse seja o primeiro e um dos maiores incômodos surgido após uma separação.

E nos rompimentos, como se sabe, além dos problemas que não chegam ao público, está quase sempre presente a tal da vaidade. Artistas são paparicados e elogiados aos montes, e como acontece geralmente com o ser humano, o ego fica inflado.

Por estarem na mídia, têm uma sensação de que possuem maior facilidade para tentar coisas novas sem sair dos holofotes. Nunca deu certo.

E na grande maioria dos casos, parece que os problemas que motivaram a separação diminuem quando o dinheiro para de entrar, e então as duplas ensaiam um retorno. É o que passa na cabeça, nesse momento, de uma das ex-duplas citadas nesse texto.

No texto sobre o show solo do Bruno, em São Paulo, escrevi a seguinte frase: “o sucesso de uma dupla se deve, igualmente, aos dois cantores. Pena que tem gente que descobre isso só após a separação”. Curiosamente, o histórico não tem sido levado em consideração, apesar de implacável.

Sucesso não se resume a lotar shows de final de semana.


E se as duplas acabassem?
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André Piunti

Até o final da década de 1990, um cantor solo fazer sucesso na música sertaneja era missão quase impossível, apesar de sempre existirem exceções para confirmar a regra, como o Sérgio Reis, por exemplo.

Existem algumas histórias – a maioria muito fantasiosa – que explicam o porquê de se cantar música sertaneja em dupla desde o começo da história do gênero.

A que parece mais realista, é a que diz que a prática vem das cantorias de “Folia de Reis”, influência portuguesa na qual se cantava em grupos, então era possível se fazer diversas vozes, e não apenas a primeira voz.

Tanto é que sempre existiram grupos sertanejos, apesar do predomínio das duplas.

Foi só na década de 2000 que houve uma abertura, com o surgimento do Eduardo Costa. Não cito o Leonardo e o Daniel como referências, pelo fato de ambos terem ficado conhecidos quando cantavam ainda em dupla.

Com a música sertaneja mais simplificada a cada década com o intuito de ter um público mais amplo, o casamento de vozes foi tendo sua importância reduzida lentamente, com a segunda voz cada vez mais escondida. O surgimento de artistas solo é uma resposta direta a isso.

Comercialmente falando, Luan Santana é o maior exemplo de que cantar sozinho já é realidade. O iminente sucesso do Gusttavo Lima, se concretizado, virá como um reforço, ainda mais pelo fato de fazer um estilo diferente do Luan.

A aposta da Universal Music em Dablio Moreira, que interpretou Zezé di Camargo no cinema, e da Som Livre, em Adair Cardoso, que tem a música “Que se dane o mundo” na Malhação, também são bons exemplos do que pode vir pela frente.

Se alguém quiser argumentar que eles são cantores “teen” – o que não é verdade -, a resposta está em Edson, ex-Hudson, e no Rick, que se separou do Renner.

Das grandes separações que assistimos até hoje, todas deram errado. A coragem dos dois cantores em separar a dupla e não procurar outro parceiro mostra bem a realidade atual.

Fora o que já foi citado, o número de cantores solo investindo no sertanejo é imensa, quem trabalha no meio e recebe CD’s constantemente sabe que isso que mais do que uma realidade.

Pode ser que a gente chegue a uma situação – isso já pode ser visto em algumas situações -, que a importância de se cantar em dupla seja muito mais pelo fato de que dois rapazes chamam mais a atenção do que um, do que propriamente uma questão musical.

Já que na música sertaneja é possível se denominar década por década desde sua origem, a próxima pode ser a dos cantores solo, o que a transformaria em uma das mais importantes.


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