Blog Universo Sertanejo

Arquivo : Tonico e Tinoco

Ah, Domingo…[51]
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André Piunti

Como não poderia ser diferente, o vídeo de hoje é em homenagem à dupla Tonico e Tinoco.

Uma das grandes apresentações em televisão dos irmãos aconteceu em 1991, no “Ensaio”, da TV Cultura. Aos que não tiveram a oportunidade de conferir o programa, posto a íntegra dele abaixo.

São mais de 50 minutos de programa que valem muito a pena. Quem tirar uma hora do domingo pra assistir, tenho certeza de que fará um grande negócio.


Declarações sobre Tinoco: Dilma, Zezé di Camargo, Sérgio Reis e mais
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André Piunti

Diversos artistas se manifestaram, ontem, sobre o falecimento de Tinoco. O UOL publicou uma matéria com algumas declarações, e eu reprozudo aqui no blog os depoimentos dos sertanejos.

Aproveito também para publicar a nota oficial da presidenta Dilma, que se manifestou no final do dia.

Antes das frases, só um lembrete: amanhã, domingo, vai ao ar a gravação que o Tinoco fez do Viola Minha Viola, na última quarta-feira. O programa vai ao ar às 9h.

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Inezita Barroso: “Eles abriram a porteira para a música de raiz. Antes era coisa de caipira, mas ele venceram, arrebentaram e continuaram cantando igual até morrer. É o que eu pretendo fazer também. Influenciaram todas as boas duplas sertanejas”.

Sérgio Reis: É um dia difícil para mim porque me tornei o que sou por causa deles. Meu pai me deu uma viola quando eu era criança porque eu ficava ouvindo a dupla no rádio. Consegui ficar amigo deles e hoje a viola está autografada pelos dois e guardada a sete chaves”.

César Menotti: Ele era da geração da criação, ele respaldava aquela época de Cornélio Pires, Raul Torres, Florêncio, essa turma, lá por volta dos anos 40, 50, época em que o sertanejo saiu da porta do rancho e virou radiofônica. Essa história viva se encerrou hoje, o último que a representava já não está mais. Tonico e Tinoco explodiram um movimento que era restrito.

Zezé di Camargo: A viola do sertanejo hoje chora de saudade, hoje chora por alguém que vai deixar marca em cada acorde que a gente ouvir, em cada nota que tocar, em cada voz de um sertanejo, em cada frase, em cada história de quem ama este gênero… Ah! Vai ter, sim, sempre, o tom de um mestre, de dois ícones, Tonico e Tinoco. Os dois, agora, se encontram no céu, com as bênçãos de Deus.

Luciano: Ao lado de Tonico, Tinoco foi símbolo de um Brasil chamado de caipira. E, no fundo, a gente é caipira. Caipira é quem gosta de mato, a natureza, quem ama o simples, quem fala de amor sem rodeios, quem conhece a força de uma viola. Eles nos ensinaram a ter amor e orgulho por ser caipira. Brasil, verde e amarelo, mistura de cores, união de raças, hoje chora por quem tão bem representou a alma desta pátria. Nosso país é sertanejo e Tonico e Tinoco os símbolos desta bandeira.

Bruno e Marrone: Nossos mestres estão partindo para outro plano. Tinoco, vá em paz e obrigado por sua existência. A música brasileira, e principalmente a sertaneja, é eternamente grata a você.

Milionário: Tonico e Tinoco foram como professores para muitos músicos. Foram heróis em uma época em que não tinha internet, televisão. Os dois fizeram um baita nome na música. A perda é muito grande. Tinoco era muito humilde, não tinha quem falasse mal deles.

Luan Santana: Acabei de acordar e vi uma notícia que me deixou muito triste .Tinoco, a razão de a música sertaneja ser tão popular, faleceu hoje. Todos nós sertanejos, ao lado do Brasil todo, estamos orando por você, Tinoco! Descanse em paz.

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Presidenta Dilma:

“Ao lado do irmão Tonico, José Perez –o Tinoco– foi símbolo de um país que muitos chamam de caipira, e que, por muito tempo, representou a alma do Brasil rural. Nos 60 anos de carreira da dupla Tonico e Tinoco, o Brasil se viu refletido em músicas como “Tristeza do Jeca”, “Moreninha Linda” e “Chico Mineiro”, entre outras, que somadas venderam mais de 150 milhões de discos. A carreira da dupla abriu o espaço para a música sertaneja nas rádios e, assim, levou a todo o país uma expressão cultura muito particular do Brasil.

Com a morte hoje de José Perez, o Tinoco, a viola brasileira fica mais triste.

Dilma Rousseff

Presidenta da República”


A música sertaneja de luto
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André Piunti

Faleceu, na madrugada desta sexta-feira (4), o cantor Tinoco, aos 91 anos. Ele teve insuficiência respiratória seguida de parada cardíaca.

Um dia após se comemorar “o dia do Sertanejo”, a música sertaneja perdeu um dos nomes mais importantes de sua quase centenária história.

Aos 91 anos, Tinoco ainda trabalhava. Na última quarta-feira (2), ele gravou o programa da Inezita, gravação que ficará para sempre.

No próximo domingo, dia 6, ele se apresentaria na “Virada Cultural” de São Paulo.

Em 2010, durante a gravação do DVD de Renato Teixeira com Sérgio Reis, quando perguntei brincando se a aposentadoria estava próxima, ele respondeu que nunca iria parar de cantar, e que era o artista mais velho do mundo a fazer shows. Sempre de bom humor, independentemente de sua situação.

Como amplamente divulgado pela imprensa, os últimos anos de Tinoco não foram dos mais fáceis. Com a descoberta do câncer de sua esposa, dona Nadir, que faleceu em setembro de 2010, o cantor teve de pedir ajuda publicamente, rifar bens próprios e expôr sua condição pouco privilegiada para conseguir bancar o tratamento.

Alguns artistas se uniram para ajudá-lo, e o Hospital de Câncer de Barretos tratou de Dona Nadir.

Mesmo tendo o auge nas décadas de 1940/50, época em que as cifras não eram tão altas, Tinoco dizia que chegou a ganhar dinheiro, mas que não havia a cultura de ficar guardando, então ele dava a amigos e ajudava os outros sem muito se preocupar se iria sobrar.

Tinoco era o senhor de cabelo branco que lembrava nossos avôs. Tinha a fala caipira, pura, e sorriso fácil.

Que no dia de hoje, em que se foi um dos grandes responsáveis da nossa história, todos os que vivem da música sertaneja possam parar e pensar um pouco no rumo que as coisas estão tomando.

Ficam a voz, as canções, e o eterno “queee beleeeeza”.

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Tinoco recebeu algumas homenagens interessantes, mas talvez a mais emocionante tenha vindo de Roberto Carlos, durante a gravação do especial “Emoções Sertanejas”, em 2010, ano em que completou 90 anos de idade e 75 de carreira.


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