Conversa com João Bosco, da dupla João Bosco e Vinícius
André Piunti
Duas semanas atrás, entrevistei o cantor João Bosco, parceiro do Vinícius, por conta do lançamento do CD/DVD “A Festa”. A matéria foi publicada no UOL.
Na entrevista, João Bosco falou abertamente sobre a série de críticas que a dupla recebeu por conta do álbum anterior, falou da dificuldade de manter o sucesso após chegar ao topo, e comentou detalhes do recém-lançado CD/DVD.
Quem quiser conferir a matéria completa, pode clicar aqui.
Um trecho da conversa pode ser conferido abaixo.
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UOL – O mercado sertanejo lança hit atrás de hit, e a qualidade musical tem sido cada vez mais questionada. Como uma dupla já consolidada consegue se manter em meio a correria atrás do sucesso?
João Bosco – O principal de tudo é o artista cuidar do seu próprio umbigo, do seu próprio trabalho. Quando você começa a cuidar mais do trabalho dos outros que do seu, você se perde. A gente vê acontecer muito isso, muito artista mais preocupado com o sucesso do outro do que com a própria carreira. É difícil escapar, a gente também já passou por isso. Tem que ter muito foco, se não a chance de você ficar pra trás é enorme. Além disso, é ter a consciência de que não se pode perder a identidade, mas sem se esquecer que há um mercado que pede por músicas mais populares. É uma questão de achar o equilíbrio. É difícil, nem todo repertório fica 100% bom, mas a busca é sempre pelo melhor, por isso as coisas têm funcionado pelo menos pra gente.
Vocês foram muito criticados por conta do último CD, mas mesmo assim os shows e o faturamento continuaram no alto. Como foi lidar com essa série de críticas?
Quando você acerta uma música como a gente acertou “Chora, Me Liga”, você percebe que tem um ditado que é muito real: chegar no sucesso é difícil, mas se manter no sucesso é mais difícil ainda. Quando você está com a música lá no topo, naturalmente as pessoas querem te passar, você vira automaticamente o alvo a ser superado.
As pessoas criticaram o CD por conta dos arranjos, das guitarras, de uma tentativa de inovar. Não foi nada por acaso, foi tudo pensado, fizemos naquele momento o que deveríamos ter feito, tanto é que no final do ano a gente ganhou o Grammy. Não vou te dizer que não houve incômodo, pois claro que houve. É ruim ser criticado. Quem gosta que critiquem seu trabalho? Só que o ser humano se mostra grande justamente na crítica, o poder de superação mostra quem é grande. Depois do sucesso, essa foi a parte mais difícil que a gente passou, não só pelo que diziam do CD, mas pela descrença por parte de algumas pessoas que nós não esperávamos.
E essa sensação ruim passou como?
Passou com trabalho, determinação, foco. Trabalhamos muito no novo projeto, nos dedicamos muito. Cada vez mais a gente percebe que essas são as chaves para a gente prosseguir da melhor forma. (continue lendo)…