Pelo entretenimento
André Piunti
Nas últimas semanas, duas notícias do mesmo gênero saíram do meio sertanejo e foram publicadas nos mais diversos veículos: a bolha de plástico em que Fernando e Sorocaba entraram durante o show, e a chuva cenográfica provocada por João Bosco e Vinícius no palco, com o intuito de chamar a atenção para a nova música de trabalho, “Chuva”.
Apesar da repercussão positiva dos experimentos, não faltou gente para criticar, principalmente com alegação de que essas ideias só são necessárias quando o artista não se garante musicalmente.
Tentar coisas novas em apresentações é costume das duplas já faz um bom tempo. Em 1980, os shows sertanejos assistiram a uma mudança provocada por Chitãozinho e Xororó. Durante 3 anos, ele bancaram uma estrutura nova, grandiosa, de palco e de som, apostando que isso se tornaria tendência mais cedo ou mais tarde.
Após esse investimento, seus shows completos passaram a ser contratados por todo o país, e as outras duplas começaram a dar mais atenção para a questão visual das apresentações.
Nesses últimos 30 anos, o que se viu foi investimento atrás de investimento, e os “painéis de LED” virando a coqueluche dos artistas, que fazem questão de cita-los em praticamente todas as entrevistas, mesmo com o público se importante muito pouco com eles.
Desde o ano passado, a maioria dos shows de Fernando e Sorocaba conta com um guindaste, que alça os cantores e os leva até bem perto do público. Em 2010, Luan Santana apareceu “voando” em um show, e a perfomance passou a ser repetida em outras apresentações. Já foi anunciado que o próximo DVD do Luan, marcado para dezembro, terá um elevador no palco, ideia trazida da última turnê de Michael Jackson, que acabou nem sendo realizada.
Nas duas últimas semanas, Fernando e Sorocaba investiram na bolha de plástico, que já pôde ser vista em shows da banda Flaming Lips (clique aqui para ver), e João Bosco e Vinícius apostaram na chuva cenográfica, que também foi utilizada por Britney Spears em um de seus DVD’s (clique aqui para assistir), e por outros artistas.
Se essas práticas criarem uma concorrência saudável e as duplas tentarem se superar dessa forma, não há nada de negativo. Se lá fora essas ideias são elogiadas, não faz sentido criticar justamente os sertanejos. Tudo entra na conta do entretenimento.
Apenas como curiosidade, nesse afã de fazer apresentações “chiques” e “modernas”, os até então desconhecidos e com poucos recursos João Paulo e Daniel resolveram soltar pombas durante suas apresentações, no momento em que a música “La Paloma” era cantada.
Como a estrutura dos palcos não era nada avançada, a ventilação era ruim, e uma das pombas morreu. Sem perceber, Daniel pegou a pomba morta e jogou para cima.
A pomba caiu na cabeça de uma fã.
Fatos inusitados e bom humor à parte, que venham outras novidades.