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Saudade da Minha Terra
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André Piunti

Na década de 1960, estimulados pela campanha excessivamente otimista dos militares, milhares de famílias saíram do campo e foram para a cidade, atrás de uma melhor condição de vida.

De fato, havia oportunidades nos grandes centros, mas não para todos.

O “êxodo rural”, nome dado a essa troca massiva do campo pela cidade, foi uma dentre as várias consequências do Golpe Militar de 1964.

E essa consequência refletiu diretamente nos rumos da música sertaneja.

Quem conseguiu melhor traduzir o sentimento de frustração foi Goiá, compositor de “Saudade da Minha Terra”, gravada em 1966 por Belmonte e Amaraí.

Goiá nasceu em Coromandel, mudou-se para Goiânia, onde ganhou nome, e partiu para São Paulo, cidade na qual compôs sua principal canção.

Enquanto ainda se cantava as belezas ou dificuldades da vida no campo, e os lamentos amorosos começavam a ganhar destaque, o compositor apostou na sensação de arrependimento que se abatia sobre grande parte das ex-famílias rurais e escreveu: “De que me adianta viver na cidade/ Se a felicidade não me acompanhar?”.

Criou uma tendência, e inúmeras canções do estilo começaram a surgir, mas nenhuma jamais chegou perto de “Saudade da Minha Terra”.

Um pouco dessa história citada acima foi relatada no especial que a MGTV (Globo Minas) fez sobre Goiá, citado aqui meses atrás.

Todas as reportagens desse especial estão no YouTube, e vou linkar uma por uma para que vocês possam conferir (parte 1parte 2parte 3parte 4parte 5)

Aos que nunca ouviram a versão original de “Saudade da Minha Terra”, segue a baixo a gravação de Belmonte e Amaraí.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/9934070[/uolmais]


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