Sem festa na Avenida 43, Barretos parece cidade comum
André Piunti
No ano passado, chamei de “caretice” a medida de acabar com a festança na Avenida 43. Aquela fama de que em Barretos se laça mulher na rua e etc, veio justamente da farra que se fazia na mais famosa avenida da cidade.
Aos que não conhecem a história, durante o período de realização da Festa do Peão, acontecia na cidade uma festa paralela, que começava antes do almoço e acabava de noite. O som ficava por conta das caminhonetes, a piscina ficava nas caçambas, e a bebida ficava por conta dos ambulantes.
Durante mais de uma década se batalhou pra frear a farra, até que em 2010, a PM criou uma espécie de “cartilha” proibindo basicamente tudo o que se fazia por lá (som alto, laçar mulher, fazer churrasco na calçada). Hoje, diversos grupos de policiais estão distribuídos ao longo da avenida.
Houve quem criticasse a postagem, alegando que a avenida ficava perigosa e violenta, mas não era nada diferente a qualquer outra aglomeração de pessoas em festa. É como se pra acabar com a bagunça do carnaval, se proibisse o próprio carnaval.
Ainda no ano passado, escrevi que o movimento na avenida havia se tornado irrisório, mas hoje, em pleno sábado, ele está conseguindo ser menor ainda, com tantas proibições.
A foto acima é do posto no qual as caminhonetes de som ficavam paradas com gente dançando em cima e com música extremamente alta.
A cidade famosa por seu rodeio, mesmo durante a realização de seu rodeio, parece comum.
Abaixo, publico uma foto tirada durante a cobertura do UOL em 2010. Foi o último ano em que a “bagunça” pôde ser vista. Em primeiro plano, um vendedor ambulante (ambulantes também estão proibidos). Ao fundo, o posto cheio de gente.