Um Jair Rodrigues também sertanejo
André Piunti
Com a notícia da morte de Jair Rodrigues na manhã desta quinta-feira (leia mais aqui), creio que muitos textos sobre ele serão escritos.
Acredito que não seja possível definir Jair como cantor de um estilo específico, apesar da identificação com o samba, pois como é de conhecimento geral, ele caminhou por diversas praias e gravou com nomes de diversos gêneros musicais, inclusive sertanejos.
Sua maior contribuição para o sertanejo foi, indiscutivelmente, a interpretação de “Disparada”, composição de Geraldo Vandré e Théo de Barros vencedora do II Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, que dividiu o primeiro lugar com “A Banda”, de Chico Buarque.
A canção atravessou os anos, virou um clássico sertanejo, e até hoje é muito cantava e regravada, mesmo que muita gente não saiba o sentido original dela.
Outra passagem inesquecível dele pelo sertanejo foi a gravação de “Majestade, o Sabiá” ao lado de Chitãozinho e Xororó, a versão mais conhecida da música e provavelmente a melhor já feita até hoje.
Pra relemebrar o sucesso que foi a parceria, Chitão e Xororó convidaram Jair pra participar do último DVD deles, o “Sinfônico”, em comemoração aos 40 anos de carreira da dupla.
De acordo com o pesquisador Ricardo Cravo Albin, em conversa com a Globonews hoje pela manhã, Jair Rodrigues não gostava da forma “menor” como a música sertaneja era tratada no ambiente da MPB, e esse foi um dos motivos que o fez começar a por canções sertanejas em seu repertório.
Encerrando o post, cito um disco do Jair, de 1991, chamado “Lamento Sertanejo”, todo composto por músicas sertanejas. Quem tiver curiosidade em ouvir o disco, ele pode ser baixado aqui.
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