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Pra Ser Feliz
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André Piunti

Postei o clipe recentemente aqui, mas esperei pra falar da música em si.

Atualmente, o Daniel trabalha uma canção chamada “Pra Ser Feliz” (Elias Muniz), que não trata de nenhum problema amoroso e não celebra nenhuma paixão arrebatadora.

A canção, em um estilo que praticamente desapareceu da música sertaneja, reflete sobre a vida, e se aproxima de um cunho social/lição de moral.

Nos anos 1990, todos vão se lembrar, era até comum haver músicas com algum engajamento político-social. Três exemplos rápidos são “Planeta Azul”, do Chitão e Xororó, “Menino de Rua” e “Meu País”, do Zezé di Camargo e Luciano. Não é exatamente o caso da música do Daniel, mas a ideia de abordar temas diferentes do romantismo as aproxima.

Aos que nunca pararam pra ouvir, posto a música novamente abaixo. Além de a letra ser direta e com sacadas muito boas, a interpretação do Daniel é um caso a parte.


Confira “Pra Ser Feliz”, novo clipe do Daniel
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André Piunti

Os videoclipes ganharam um novo gás com a atual geração da música sertaneja, mas a produção de vídeos bem elaborados não é exclusividade apenas dos novos.

O cantor Daniel está divulgando o clipe da música “Pra Ser Feliz”, que dá nome a seu último trabalho. O vídeo pode ser conferido abaixo.


Daniel lança novo CD, defende a venda de discos e fala dos 30 anos de carreira
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André Piunti

-Não há necessidade de, após 29 de carreira, apresentar Daniel. Após quase três décadas de uma carreira levada da maneira mais profissional possível, ele está lançando seu 17º CD, “Pra Ser Feliz”, o primeiro pela Sony Music.

E eu cito aqui o nome da gravadora porque realmente ele dá importância. Em tempos nos quais os empresários fazem negócios com gravadoras, mas no fundo gostariam que elas sumissem, Daniel se posiciona de forma bem diferente.

O lançamento de seu CD foi adiado por mais de dois meses por conta de sua mudança da Som Livre para a Sony. A troca se deu por conta de uma busca de Daniel por “estrutura”. Segundo o cantor, ele quer ter de se preocupar apenas com música, e deixar a administração da carreira na mão de outros profissionais.

-Sua atual canção de trabalho, “Eu Amo Amar Você”, é uma regravação de Ronnie Von, que já estava nos planos para entrar em seu repertório há quatro anos.

-O CD “Pra ser feliz”, que está nas lojas desde o início desse mês, não vai ser distribuído nas entradas de rodeios nem durante seus shows. Daniel é contra, e apesar de dizer que não se pode ir contra a tecnologia, defende de forma firme um maior respeito com o mercado musical.

Sobre esses e outros assuntos, conversei com Daniel. A conversa segue abaixo.

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Universo Sertanejo: Após um período se dedicando ao cinema e a televisão, seu foco volta a ser a música. Nesse novo CD, seu estilo continua o mesmo, bastante romântico, seguindo a linha que você adotou quando passou a cantar sozinho, mesmo com uma infinidade de mudanças ocorridas no mercado sertanejo. Isso significa um Daniel seguro e consciente do espaço que tem no sertanejo?

Daniel: Eu acho que todas as novidades e mudanças fazem parte de um ciclo natural que sempre aconteceu na música sertaneja. Mas acho que nenhum artista, não falo só de mim, deve perder sua característica, deixar aquilo que gosta de fazer pra se adequar a isso ou aquilo. A gente tem que estar sempre por dentro, mas o artista tem que respeitar seu próprio trabalho. Esse novo CD eu fiz de forma descompromissada, num bom sentido da palavra. Não fiquei ligado a prazos, não tive pressão de gravadora, de ninguém. Consegui fazer um disco do meu jeito, com a minha cara, com aquilo que eu queria fazer pro momento. Hoje o foco é 100% música. Aproveitei o espaço que tive como ator, mas agora volto a me dedicar exclusivamente à música.

US: Sua atual canção de trabalho é uma regravação do Ronnie Von, “Amo Amar Você”. De onde veio a ideia de buscar essa música?

Daniel: Essa canção já está na lista pra eu gravar tem uns 4 anos. Eu sempre gostei muito. Nesse CD, aliás, consegui gravar muita coisa que eu tinha selecionado e não tinha conseguido usar. Antes tinha aquele negócio de 12 ou 14 músicas, a gente ficava limitado. Dessa vez, eu entrei no estúdio e a gente foi fazendo as bases, foi gostando e acabou fechando o CD com 20 músicas.

US: Nesses 30 anos de carreira, o mercado nunca esteve tão acelerado como hoje, com inúmeras festas espalhadas por todo o país. Você tem alguma intenção de voltar à loucura de mais de um show por dia, de mais de 20 shows por mês?

Daniel: Não tenho, não tenho nenhuma. Já aproveitei bem essa loucura de quando a gente faz sucesso, mas eu hoje estou em outro momento. Tenho minha filha, minha família, quero poder aproveitar o que eu conquistei. Pra ser sincero, esse mês eu tô com 18 shows, que já é acima do que eu queria, são todos os fins de semana fora de casa.

US: Atualmente, você tem dinheiro e nome suficiente pra não depender de uma gravadora. Muitos empresários fazem de tudo pra sair delas, e você parece fazer o contrário. Por qual motivo uma gravadora é necessária no seu trabalho?

Daniel: Olha, tem a ver com esse meu momento que eu estou te falando. Quero focar no meu trabalho, ter de me preocupar com minha música, meu show, e não com questões administrativas ou de outros tipos que não tenham a ver com música. Saí da Som Livre, com quem tenho boa relação, e fui pra Sony por uma questão de projeto. Acho que o que eles oferecem é o que eu estou pensando hoje, uma equipe forte que cuide de assuntos fora da música.

US: A gravadora não vai apoiar a distribuição de discos, prática comum, quase básica no mercado sertanejo hoje. Você também é contra?

Daniel: Eu acho que cada um sabe o que é melhor pro seu trabalho, não tem essa de certo ou errado. Eu acho que eu mesmo distribuir meus CD’s desvaloriza meu trabalho. Eu acredito que os artistas no geral deveriam dar mais valor ao seu próprio trabalho, a suas músicas. Eu sei que muita coisa mudou, que nada é mais como há 10 anos, mas tem coisas que eu não acho correto fazer. Não adianta fazer milhares de cópias e enfiar goela abaixo. Goela abaixo não dá.

US: Dois meses atrás, você fez uma série de comentários no Twitter questionando o porquê de as vendas de CD’s terem caído tanto se tanta gente continua acompanhando o trabalho dos artistas. A pirataria, o download e a distribuição gratuita são respostas diretas. Você não acredita que esse tipo de postura pode te fazer passar por uma pessoa retrógrada?

Daniel: Eu falei bastante coisa no Twitter mesmo, acho que fui até meio rude, mas foi muito bom ter gerado uma discussão saudável, recebi respostas interessantes. Pode parecer uma ideia antiga sim, mas tem gente que vende CD hoje, as vendas não acabaram. Eu entendo que hoje as pessoas não compram mais um disco por causa de uma música, sei que muita coisa mudou, mas o trabalho inteiro bem feito precisa ser valorizado.

US: O que há de certo para a comemoração de seus 30 anos de carreira, no ano que vem?

Daniel: Nós estamos com muitas perspectivas legais. Há um DVD, um documentário e uma biografia, por enquanto é isso que a gente tem pensado.

US: E o Meu Reino Encantado (projeto de música raiz) tem espaço nesse especial?

Daniel: Então, eu continuo com a vontade de fazer um DVD do projeto, gostaria que desse tempo de fazer no ano que vem. Vamos ver como vai ser, mas a intenção existe, sim.

US: Pra terminar, duas semanas atrás, você disse em entrevista a Marília Gabriela que não queria mais cantar após o acontecido com o João Paulo. Quando você passou a cantar sozinho, nunca houve propostas para formar outra dupla?

Daniel: Proposta sim, teve sim, mas nada a ver, nunca tive a intenção de formar outra dupla. O que tem é a intenção de fazer algum projeto especial ao lado de outro cantor, mas nada que tenha a ver com formar outra dupla (há conversas de que poderia haver um projeto de Daniel ao lado do cantor Rick).


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