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Arquivo : matogrosso e mathias

Evandro e Agnaldo: Um pé nos anos 90, o outro em 2013
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André Piunti

Com a justificativa de “falta tempo”, muitas duplas novas estão perdendo a chance de realizar sonhos gravando ao lado de medalhões do sertanejo, a maior parte deles extremamente disponível.

A dupla Evandro e Agnaldo, citada aqui algumas vezes, não deixou passar.

Paralelamente ao trabalho mais ‘atual’ que fazem, os cantores gravaram um DVD chamado “Simples de Coração”, só com violão e sanfona, regravando sucessos dos anos 1980/90. Não sei ainda qual o repertório todo do DVD, mas o vídeo que já foi divulgado dá uma boa ideia do que é o projeto.

Uma das canções, “De Igual pra Igual”, conta com a participação de Matogrosso e Mathias, como pode ser visto abaixo (aliás, vale a pena ficar olhando pro Matogrosso só pra se impressionar como ele continua cantando demais).

Além do DVD, idealização da dupla, do produtor Orlando Baron e do empresário Allysson Kalil, os cantores também estão de música “comercial” nova.

A dupla gravou uma canção chamada “Pensa num tanto” ao lado de Israel e Rodolffo, lançada ontem. A sacada de lançar dois produtos bem diferentes simultaneamente acaba chamando dois públicos distintos e apresentando a dupla pra um número maior de gente. Interessante.

Abaixo, “Pensa num tanto”.


Milionário & José Rico e Matogrosso & Mathias no “Esquenta”
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André Piunti

Não sei as datas de exibição, mas preciso dividir a informação com vocês.

O “Esquenta”, programa da Regina Casé na Globo, vai ter dois nomes de peso em suas próximas edições.

Nos últimos dias, foram gravadas duas participações que nos interessam demais: Milionário & José Rico e Matogrosso & Mathias.

A participação de Matogrosso e Mathias foi feita ao lado da banda Calypso, por conta da música “Perdoa”, gravada por ambos. Há uma história muito boa por trás da parceria, depois eu conto por aqui.

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*Domingo agora tem Tche Garotos no programa.


“Perdoa”, a nova música de Matogrosso e Mathias
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André Piunti

Ficou pronta ontem, sexta-feira, a nova música de trabalho de Matogrosso e Mathias, que começa a tocar nas rádios já nas próximas semanas (sim, com a formação nova).

A produção ficou por conta do Zé Renato Mioto, responsável pelo projeto “Lado A, Lado B” de João Carreiro e Capataz.

Pra minha surpresa, trata-se de uma canção que chegou a ser trabalhada pelo Calypso, e que muita gente julgava como a melhor música romântica do grupo (eu sempre achei isso, também).

Por curiosidade, além da gravação do Matogrosso e Mathias, coloco também a versão do Calypso.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/12438942[/uolmais]

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Ah, Domingo…[44]
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André Piunti

Fazia tempo que eu não publicava essa seção, mas ela está de volta e vai ser muito presente por aqui. O que aconteceu, na verdade, é que havia uma incompatibilidade do YouTube com essa plataforma atual do blog, o que atrapalhava a postagem de vídeos por aqui.

Para marcar essa volta, uma canção conhecida por qualquer fã de música sertaneja. Como ela foi regravada inúmeras vezes pelos mais diferentes artistas, nada melhor do que trazer um vídeo dos donos do sucesso.

Abaixo, uma passagem que aconteceu em um dos programas que Chitãozinho e Xororó tiveram na TV. Matogrosso e Mathias, com a participação de muita gente em volta, cantando “De Igual pra Igual”.


Dois projetos de Matogrosso e Mathias
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André Piunti

Após um tempo gravando e divulgando uma música aqui, outra ali, Matogrosso e Mathias lançam, no ano que vem, dois trabalhos.

Um apenas com canções inéditas, e outro só com modas antigas da dupla, em formato acústico. Esse disco acústico vai lembrar o de 25 anos de dupla, mas o repertório de agora traz algumas canções que não tocaram em rádio, que devem ser conhecidas apenas por quem sempre foi fã.

Os dois projetos estão sendo negociados com mais de uma gravadora, e acho que na primeira semana de janeiro já há uma resposta de quando e como esses discos serão lançados (ambos estão prontos).

Abaixo, vou publicar uma canção de cada CD, creio que algumas pessoas conheçam as duas.

Lembrando que a formação traz o Matogrosso original com um novo Mathias.

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E a voz continua sem comentários…


A pirataria que fez bem
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André Piunti

O UOL Notícias pediu que os blogueiros do UOL fizessem um texto abordando um assunto importante que marcou a última década, cada um escrevendo sobre sua área de atuação.

Meu texto segue abaixo.

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A pirataria que fez bem

Há uma lista enorme e bastante divulgada de consequências negativas que a pirataria trouxe para o meio musical, sem contar o fato de que ela é crime previsto por lei.

Compositores, editoras e gravadoras foram prejudicados.

No entanto, por mais politicamente incorreto que seja dizer isso, a música sertaneja deve muito à pirataria. Talvez mais até do que se imagina.

Ainda na década de 1990, os piratas já tinham sua parcela de importância, que pôde ser comprovada no momento em que começaram a lançar discos antes mesmo das gravadoras distribuírem para as lojas.

No entanto, foi nos anos 2000 que, pelo barateamento na produção de um CD pirata, houve uma ascensão incontrolável desse mercado paralelo.

O disco mais importante para os últimos 10 anos foi “Bruno e Marrone – Acústico”, projeto que teve início em 1999.

O trabalho não foi um lance de gênio de nenhum artista ou gravadora. Após uma apresentação em uma rádio de Uberlândia, o áudio foi parar nas mãos dos piratas. Nessa apresentação, a dupla cantava diversos sucessos sertanejos.

O CD com essas músicas teve tanta repercussão que a dupla gravou um álbum no mesmo formato. Com ele, o país passou a conhecer uma das maiores promessas da música sertaneja até então.

Já havia ficado impossível competir com o poder de distribuição dos piratas, o que foi ocasionando o fechamento da imensa maioria das lojas de discos por todo o Brasil.

Apesar de bradarem contra a pirataria de discos, os sertanejos já haviam assimilado muito bem a importância dessa prática.

O principal produto vindo desse meio foi Eduardo Costa. Como todo mundo sabe, havia uma rejeição imensa com ele pelo fato de cantar parecido com o Zezé di Camargo. Tamanha era a semelhança, que seus primeiros discos, gravados em uma qualidade muito baixa, foram vendidos como “Zezé di Camargo Acústico”.

Como comentado aqui em uma matéria no começo do ano, ele era considero anti-mercado. Cantava sozinho, gritava demais, apostava em um estilo  musical considerado ultrapassado e carregava essa “acusação” de simples imitador.

E sem nenhuma mídia, ele deu certo.

Lembro que quando a Universal o contratou e lançou seu primeiro DVD, era missão difícil encontrar o trabalho nos camelôs, de tanta saída que tinha. Ele não era só um cantor do povo, mas sim uma cria do povo.

Outro disco que andou sozinho pelas mãos dos piratas foi “Matogrosso e Mathias – 25 anos”, um CD acústico que trazia os grandes sucessos da dupla, que apesar de toda sua importância para a música sertaneja, já não recebia investimentos de gravadoras.

A repercussão do trabalho foi tão positiva que marcou uma das melhores épocas em relação a dinheiro para os cantores, já que o número de apresentações aumentou e a estrutura do show era pequena, pelo fato de ser acústico.

Mesmo com certo grau de crueldade, a música sertaneja, hoje, não seria o que é se não fosse a pirataria.

Até mesmo Luan Santana, hoje amparado por toda a estrutura da Som Livre, rodou o país pelas barraquinhas de CD’s, apesar de ser de uma geração que pegou uma internet já bastante desenvolvida.

Internet que, por sua vez, foi acabando com os piratas.

Mesmo com todo o mal que fez para o mercado fonográfico, a pirataria foi fundamental para o crescimento contínuo da música sertaneja. Se nos anos 1990, as duplas estouraram sob investimento das gravadoras, dez anos depois foi a vez dos piratas cuidarem delas.

É ruim, lamentável e até vergonhoso que o país tenha deixado chegar a esse ponto, mas a realidade é que a última década, para a música sertaneja, foi a década da pirataria.


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