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A intimidade dos sertanejos e os limites da exposição
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André Piunti

A revista “Isto é” dessa semana traz uma extensa matéria com o título “A intimidade dos sertanejos”, contando alguns aspectos da vida de Fernando e Sorocaba, João Bosco e Vinícius, João Neto e Frederico, Paula Fernandes, César Menotti e Fabiano e Michel Teló (leia aqui).

O texto se propõe a mostrar, usando as palavras da própria revista, “quem são, como vivem e o que pensam os sertanejos universitários”.

As fotos e os exemplos citados na revista (o jatinho de João Bosco e Vinícius, os churrascos na casa do Sorocaba, e o plano de Michel Teló de comprar um “amplo apartamento”) remetem a uma velha discussão: quais os limites da exposição da intimidade de um artista?

A boa vida de parte dos novos sertanejos já foi retratada algumas vezes na “Caras”. No entanto,  o impacto em uma revista como a “Isto é” é bem diferente, já que o perfil dos leitores é completamente distinto.

O caso envolvendo sertanejos e exposição de intimidade que mais repercutiu até hoje, foi uma capa da revista “Veja” de novembro de 2000, que trouxe Chitãozinho e Xororó ao lado de Sandy e Junior, com a manchete “A família de 80 milhões”. De quebra, abaixo da frase, havia uma segunda chamada: “E o fabuloso estilo de vida de Zezé di Camargo e Zilu” (a matéria pode ser lida aqui).

O texto descrevia as façanhas empresariais da família de Chitãozinho e cia. Tamanha exposição chamou mais atenção ainda por ser de conhecimento de todos que Xororó sempre foi um dos cantores mais reservados do meio.

Na matéria, havia inclusive uma frase dele, que contradizia tudo aquilo que era visto na revista: “Tem cantor que gosta de ostentar sua fortuna, mas esse não é o nosso caso’, alfineta Xororó”.

Como esperado, a familia foi criticada por aceitar esse tipo de exposição.

Aceitar exibir publicamente as aspirações e os dotes e financeiros tem custos. Pode trazer problemas de segurança, criar uma indisposição gratuita com uma boa parcela do público, e passar uma sensação, mesmo que equivocada, de egocentrismo.

O grande pró é o fato de que o trabalho bem sucedido dos cantores é reforçado. Cabe aos próprios cantores e aos seus empresários, então, medir se o reforço através da exibição do poderio fincanceiro realmente acrescenta algo à carreira.


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