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Chrystian e Ralf lançam “Pocket Show” no Youtube. Faça o favor de assistir.
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André Piunti

Chrystian e Ralf lançaram hoje, no YouTube, um Pocket Show com alguns de seus inúmeros sucessos.

São 26 minutos de vídeo, gravados exclusivamente com o intuito de publicar na internet. As gravações foram feitas no “Mosh”, famoso estúdio em São Paulo.

O repertório tem seis músicas: “Chora, Peito”, “Esperando Você Chegar”, “Desorientado”, “Poeira no Vento”, “O que tiver que vir, virá”, e “Sou Eu”.

Em alguns intervalos eles falam um pouco sobre afinação, quesito no qual sempre foram muito elogiados.

Não tenho nem o que comentar. Já dei um jeito de baixar pra por no carro.

Segundo eles disseram no vídeo, vem mais novidade em breve.


Chitão, Zezé, Teló, Eduardo, Chrystian e Ralf…
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André Piunti

-CD novo

O novo CD de Chitãozinho e Xororó não foi lançado ainda, mas já caiu na net. Trago aqui duas canções que fazem parte do projeto. A primeira delas, uma regravação de “Tente Outra Vez”, música de Raul Seixas que, segundo a própria dupla, foi a canção que tocou no rádio do carro quando eles estavam decididos a desistir da carreira. Ela também foi regravada por Zezé e Luciano nos anos 1990.

A outra faixa que trago aqui é “Pode ser pra valer”, sucesso da dupla regravada diversas vezes nos últimos anos. Os arranjos, como a maioria já sabe, são do Fernando, parceiro do Sorocaba. O novo produtor foi escolhido justamente pra dar essa cara mais nova aos sucessos da dupla.

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-DVD do Eduardo Costa

Eu anunciei a gravação do DVD do Eduardo Costa para 16 e 17 de abril, mas as datas foram alteradas. A Brook’s, casa onde acontecerá a gravação, foi fechada para algumas mudanças e reabrirá apenas no dia 18.

O DVD do Eduardo, então, foi transferido para os dias 7 e 8 de maio, no mesmo local. A produção, que teria o César Augusto, será somente do Eduardo mesmo.

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-22 anos

Zezé e Luciano completam 22 anos de carreira no próximo dia 19. Em comemoração, será realizado uma edição do show “In Love”, um projeto especial mais caro, apresentado em locais diferentes para um número menor de pessoas. É aquele projeto em que o palco, mais baixo, dá condições para que a dupla desça e caminhe entre as mesas.

A apresentação acontecerá em Olímpia, interior de São Paulo, no famoso Thermas de Olímpia Resort, e já tem todos os ingressos esgotados.

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-Dublagem

Michel Teló foi convidado para dublar um dos personagens do filme “Universidade dos Monstros”, feito pela Disney-Pixar, continuação de “Monstros S.A.”.

Abaixo, Michel fala um pouco da experiência.

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-Chrystian e Ralf

A dupla divulgou ontem, por meio de suas redes sociais, um vídeo novo de um grande sucesso deles, “Noite”, gravado de uma apresentação ao vivo. Vale a pena conferir, claro.


Chrystian e Ralf no “Agora é Tarde”
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André Piunti

Na última sexta-feira, a dupla Chrystian e Ralf esteve no “Agora é Tarde”, programa do Danilo Gentilli.

Os irmãos contaram que ainda estão selecionando repertório para o novo projeto (álbum duplo, um de música raiz, outro de música country), e Ralf falou de suas invenções (SMD, chuveiro, cadeira de dentista e etc.), entre outros assuntos.

Abaixo do vídeo da entrevista, segue um outro vídeo, com perguntas feitas por internautas.

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Ralf: sobre SMD, pirataria e internet
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André Piunti

Quando o assuntos SOPA, gravadoras e internet surgiu com força no mês passado, uma das primeiras pessoas de quem me lembrei foi o Ralf, do Chrystian e Ralf.

Dois anos atrás, fiz uma entrevista na qual ele já previa uma crise aguda dessas empresas com medidas desesperadas, ocasionada principalmente por não aceitarem mudanças na estrutura da venda de músicas no mundo, mesmo com a internet dizendo que o antigo modelo não teria vida longa.

Ralf criou, em 2005, o SMD, que resumindo em poucas palavras, é um CD comum, mas mais barato por utilizar menos material (o CD como a gente conhece gasta mais material metálico do que precisa).

Com o SMD (e o SMDV, equivalente ao DVD), ele paga impostos como qualquer outro produto, mas o baixo custo de fabricação faz com que o produto possa ser vendido, em média, a R$ 5, competindo com o camelô e se adequando a realidade do brasileiro.

Mas se parece tão bom assim, por que as gravadoras não o adotam?

Foi justamente sobre isso que conversei com Ralf dias atrás.

O seu projeto SMD e SMVD é comprovadamente mais rentável e mais eficiente no combate à pirataria. Por que as gravadoras não o adotam?

Olha, bicho… não quero parecer ingênuo, mas… sei lá. Os caras sempre se acostumaram a ter o domínio de tudo. Tudo o que é feito está na asa dos caras, e há uma dificuldade imensa em aceitar que os produtos que dão dinheiro pra eles vão ser comercializados com uma criação de alguém de fora.

Com o SMD eles ganhariam muito mais, mas como a ideia não partiu deles, parece que há uma barreira. Sempre foram acostumados a comandar tudo, ditar tudo o que seria feito. Aceitar algo de fora agora parece bem complicado.

Em 2010, quando a gente conversou sobre esse mesmo assunto, você disse que a situação das gravadoras iria piorar demais justamente por não conseguirem achar uma alternativa ao formato do CD. A venda de música digital deu um certo respiro, mas não vai salvar o mercado. O que mudou de dois anos pra cá?

Não mudou nada. Na verdade, nunca mudou nada. A internet tá deixando os caras malucos, mas eles não entenderam que ela não vai conseguir substituir algo: o produto físico. Você pode baixar quantos discos quiser, mas o CD na mão não tem como ser substituído. A música digital também só dá uma disfarçada na situação. No iTunes, são praticamente 2 reais por música. Onde tá a vantagem? Continua a mesma coisa.

As gravadoras seguem não aceitando diminuir o valor achando que o lucro vai cair, então é só uma sensação de que as coisas estão melhorando com a música digital. A realidade é que não estão. Alternativa para o CD há sim, o SMD é, mas o problema é aceitarem essa realidade.

Mas com a música no computador, o CD não vai se tornar artigo apenas para fãs?

Não. Ele se torna artigo de luxo por causa do preço, vinte, trinta reais é um absurdo. Aí o cara vai baixar na internet mesmo. Em 2005, no primeiro projeto que a gente lançou em SMD, o Chrystian & Ralf vendeu 200 mil cópias em 8 dias. Quem vende isso em um período tão curto? Conhece alguém?

Meu disco custa R$5, a pessoa compra onde quiser, paga cincão e tá com um produto de qualidade e, principalmente, com o áudio na mais alta qualidade possível. E só pra lembrar, o SMD é um negocio bom pro artista não só porque combate à pirataria, mas também porque dá lucro, é rentável.

Rentável quanto? Como se ganha dinheiro?

O SMD sai do pino por 90 centavos. Com a capinha, vai pra 1,40. Ou seja, você tem seu SMD na mão por 1,40. Depois, bicho, você faz o que quiser com ele, desde que não passe de 7 reais, esse é o combinado. Os artistas já conhecidos preferem cobrar 5, e os independentes, 7. Só que se você quiser vender por 2 reais, você vai ter lucro. Por 1,50, também vai ter. A vantagem é que ele derruba o pirata. Se o pirata for de 5 pra 3, eu também vou. Se for pra dois, eu também vou. Se baixar mais, a pirataria perde o sentido porque não vai valer a pena ficar copiando se tem um produto original praticamente do mesmo preço.

De acordo com o que vem sendo publicado na imprensa, há chances de, enfim, os impostos sobre CD’s e DVD’s serem retirados. Isso não vai aliviar um pouco o preço dos produtos?

Vai… mas vai baixar de 30 pra quanto? Pra 20? De 20 pra 15? Quem me garante que se o imposto cair, os lojistas ou as gravadoras não vão querer aumentar o lucro e deixar de repassar a isenção pro consumidor?

E outra, bicho, se os impostos caírem, o valor do meu produto cai também. Eu pago imposto, todos, como qualquer outro produto. Se tirarem os impostos, o SMD vai ficar mais barato ainda.

Com quase 7 anos já no mercado, você considera bem sucedido o negócio “SMD”?

Considero, sem dúvida. Mais de 10 mil bandas fazem o uso do SMD. Temos o Arnaldo Antunes, o Zeca Baleiro, temos artistas do Japão, da Califórnia e de vários outros cantos do mundo. O escritório fecha de 20 a 25 discos por semana.

Por que nenhum grande sertanejo adotou o produto ainda?

Tem o fato de os grandes estarem em gravadoras, né, mas a questão não é só essa. No Brasil, não se sabe trabalhar com centavos. Tem quem ache que vender por 5 é ganhar pouco demais, tem que vender com o preço lá em cima. Só que não pensam que qualquer sertanejo de nome hoje vende, facilmente, uns cinco mil SMD’s por show, é só fazer o teste. Calcula aí e vê se vale a pena. Com esse lance de distribuir CD de graça e mandar baixar na internet, esqueceram que dá pra ganhar dinheiro vendendo. Com o tempo o pessoal vai perceber.

Mas você tentou convencer algum amigo seu a mudar pro SMD?

Essa não é minha função, mas já cheguei a conversar. Posso te contar uma história sem citar nomes. Tem uma dupla muito famosa que viu meu disco, analisou e viu que a ideia era realmente boa. O cara chegou pro Chrystian e perguntou: “toda vez que eu vender um, o Ralf ganha algo”? Meu irmão respondeu que sim, afinal a patente é minha. Agora você entende a mentalidade? Tem coisa que é complicada…

Você não acredita mesmo que a internet possa acabar com o produto físico ou você está defendendo seu produto?

Olha, cara, sinceramente. Eu posso estar sendo muito ignorante, mas eu não vejo isso. Aliás, se alguém criar alguma coisa genial que faca a internet substituir o produto físico, eu vou ser o primeiro a acatar. Mas não rola. Como é que eu vou no programa de televisão lançar meu novo trabalho se não existir mais o físico? Vou dar meu site no ar? Vou me gabar que tive sei lá quantos downloads, mas vou provar como? Alguém vai controlar?

Há mudanças que não vão acontecer. O compositor, por exemplo, precisa receber. Se ele não receber mais, ele vai procurar outro rumo, e a gente então vai cantar o que? Eu entendo toda essa loucura da internet e acho completamente errado quem olha pra ela como uma adversária. Ela não é, ela vem é mostrando como as coisas precisam ser alteradas. Quem não quer entender, fica pra trás mesmo.


Chrystian e Ralf: álbum duplo de sertanejo raiz e música country
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André Piunti

Chrystian e Ralf preparam o lançamento de um álbum duplo, repleto de regravações. Até aí, nenhuma grande novidade.

A surpresa é o conteúdo que o disco duplo trará.

De um lado, a dupla vai regravar apenas canções sertanejas antigas, com o foco nas músicas de raiz, reproduzindo os arranjos da forma mais fiel possível. Duas ou três faixas serão reservadas para músicas inéditas, mas de estilo caipira.

Do outro lado, os irmãos regravarão clássicos da música country (em inglês, obviamente), de nomes importantes como Dolly Parton, por exemplo, que ajudou a formar um dos mercados musicais mais rentáveis do mundo.

Apesar de comparações diretas serem complicadas, o country também veio do campo, assim como a música sertaneja, e foi um dos estilos musicais presentes na formação musical de Chrystian e Ralf, de acordo com declarações deles.

O repertório ainda não está todo fechado, mas de acordo com o que Ralf disse em entrevista ao blog, o projeto sai ainda no primeiro semestre.

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Mudando de assunto, mas continuando com os mesmos personagens, há uma história contada no site oficial da dupla sobre o cantor Roberto Carlos que achei interessante dividir aqui. Abaixo, as palavras do Chrystian.

“Tem uma coisa que pouca gente sabe… isso aconteceu em Goiânia, quando éramos pequenos, eu tinha 8 anos… O Roberto ia se apresentar num programa de TV e, antes de ele entrar, me apresentei cantando uma música. Quando terminei, ele disse para meu pai que eu tinha futuro e sugeriu que a gente se transferisse para São Paulo.

Aliás, meu pai o procurou quando chegamos na cidade, e o Roberto deu dinheiro a ele para tirar a carteira de motorista profissional. Isso era para garantir nosso sustento, caso não fizéssemos sucesso.”


Chrystian e Ralf
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André Piunti

Se o título de melhor dupla de todos os tempos pode gerar intermináveis discussões, que Chrystian e Ralf estão entre as melhores ninguém ousa discordar.

Não por nada, mas por terem sido, além de sucesso nos anos 80/90, importantes para as gerações que vieram depois, inclusive a atual.

O termo “a frente do seu tempo” é um dos mais elogiosos possíveis, e pelo menos a maioria que acompanha a música sertaneja concorda que essa definição se aplica a eles.

Ser diferente do que o mercado espera e mesmo assim se destacar é para bem poucos, e tentar algo novo sempre foi a grande vantagem deles.

Nesses últimos anos, com a onda de regravações de sucessos dos anos 1990, canções de várias duplas reapareceram, mas as deles tiveram um diferencial: a “nova roupagem” era muito semelhante ao que eles já faziam 10 ou 20 anos atrás.

Esse é o caso da música que voltou com mais força, “Nova York”, que fez muito barulho com César Menotti e Fabiano, e praticamente “estourou” de novo com Victor e Leo.

A primeira gravação dessa música, em 1989, era bem mais lenta, mas no áudio abaixo (extraído desse vídeo aqui), a dupla faz algo muito parecido com o que fazem até hoje Victor e Leo, mais de 20 anos após a gravação original.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/10032786[/uolmais]

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Antes de lançarem seu primeiro CD, Marcos e Belutti gravaram algumas canções que não chegaram a fazer parte de nenhum trabalho. Entre elas, estava “Desejo de amar”, de Chrystian e Ralf, que é mais uma prova de como é atemporal o trabalho dos irmãos.

[uolmais type=”audio” ]http://mais.uol.com.br/view/10032799[/uolmais]

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Na semana passada, eles estiveram no programa do Ratinho, cantando ao vivo. Vale muito a pena conferir. Parte 1 e Parte 2.


Rapidinhas…
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André Piunti

Chrystian e Ralf

A resposta oficial para o fato de Chrystian e Ralf não terem participado do “Emoções Sertanejas”, do Roberto Carlos, e do DVD do Chitãozinho e Xororó, é que eles tinham compromisso nos dias das gravações, mas foram, sim, convidados. Como grande parte vai desconfiar dessa resposta, perguntarei diretamente a eles em uma próxima entrevista

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Jorge e Mateus

O DVD da dupla Jorge e Mateus foi confirmado para o Rio de Janeiro, nos dias 23 e 24 de março. De acordo com que o Mateus divulgou em seu Twitter, o DVD será mais intimista, sem grandes cenários ou mega produção.

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Jorge e Mateus II

A dupla embarca, amanhã, para a segunda edição do “Navio Sertanejo”, também conhecido como cruzeiro do Jorge e Mateus.

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Luan Santana

Como noticiado em toda a mídia, Luan Santana participará da próxima novela das 19h, “Morde e Assopra”, fazendo o papel dele mesmo.

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Gusttavo Lima

O cantor já trabalha na seleção de repertório para o próximo trabalho, que deve ser apenas um CD, apesar de a hipótese do DVD não estar descartada.

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Maria Cecília e Rodolfo

A dupla canta na Europa, pela primeira vez, em maio. O roteiro, até o momento, tem as cidades de Londres, Bruxelas, Lisboa e Porto.

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Tradição

O grupo “Tradição” grava seu 4º DVD em Balneário Camboriú, Santa Catarina, no dia 4 de março.

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Maringá FM
Nesse domingo, dia 6, a Rádio Maringá FM realiza, em Maringá, uma festa em comemoração aos seus 30 anos. O show, com diversos artistas, terá a presença de nomes como Victor e Leo, Luan Santana e João Carreiro e Capataz.

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Festival de Verão

Ontem, quarta-feira, teve início o “Festival de Verão de Salvador”. Três nomes sertanejos estão escalados: hoje, dia 3, tem show de Jorge e Mateus. Amanhã, 4, tem Luan Santana e Paula Fernandes.

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Concurso

A Bavária lançou um concurso chamado “Novo Talento Sertanejo Bavária”, para dar espaço a novos artistas. Para participar, é necessário enviar uma canção (ou várias) através do site do concurso para que sejam escolhidas as melhores. O primeiro colocado ganha uma caminhonete e o direito de gravar um CD com 5 faixas.O segundo, ganha a caminhonete sem o CD. O concurso é só para maiores de 25 anos.


Olhos de luar
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André Piunti

Algumas músicas merecem uma postagem só para elas. Ontem, depois de muitos e muitos anos, ouvi “Olhos de Luar” na rádio.

A música está no LP de Chrystian e Ralf lançado em 1992.

Quem não conhece, vale a pena acompanhar a letra.

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Olhos de Luar
(Joran/Gilson)

Tião era um mulato forte, alegre e destemido
Nasceu do amor feito na terra em meio a plantação
Pegava no cabo da enxada e campeava o gado
Tristeza era coisa que não se via do seu lado

Depois da roça ia pra venda, um copo de cachaça
Cantava, tocava viola e fazia graça
O peito largo, o riso claro, amigo dos amigos
Não tinha medo de ninguém, zombava dos perigos

Um dia ele sentiu no rosto
Os olhos de luar da filha do patrão
E um doce amargo alegre e triste entrou no coração
Tião não era mais o mesmo desde que sentiu o brilho desse olhar
Sentiu pela primeira vez vontade de chorar

Mas o feitiço do olhar entrou feito veneno
O olhar da filha do patrão no seu corpo moreno
Ah! esse olhar tinha mais luz que o sol do meio-dia
A tentação era mais forte ele não resistia

Um dia ela chegou mais perto um raio de esperança
Um homem quando ama fica assim meio criança
E ele então falou de tudo aquilo que sentia
Pediu desculpas por amar assim quem não devia

E uma lágrima rolou dos olhos de luar da filha do patrão
Seu rosto branco avermelhou na força da paixão
Então o céu chegou na terra quando o amor existe fica tudo igual
E o amor aconteceu no meio do canavial

Mas o orgulho do patrão ainda era mais forte
A honra se lava com sangue, uma jura de morte
O fruto desse amor não pode ver a luz do dia
À noite o som de um tiro e um corpo cai na terra fria

Mas tudo que aqui se faz aqui também se paga
A mancha do sangue na terra nunca mais se apaga
Por sete anos nada mais nasceu naquele chão
E a noite escureceu de vez os olhos do patrão

Mas quando é noite de luar
Tem gente que já viu em meio à plantação
Um negro levando um menino louro pela mão
Os dois correndo pelo campo vão deixando um rastro de luz sem igual
Um rastro de um amor no meio do canavial


O repertório que mais deu certo
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André Piunti

A postagem não é sobre o melhor ou o maior disco sertanejo, longe disso.

É apenas um texto mostrando como alguns artistas foram felizes na escolha do repertório de determinados discos. Hoje, não se trabalha mais tantas músicas de um só álbum como se fazia nos anos 1990.

Existe uma lista imensa de grandes álbuns daquela década, mas resolvi destacar um, em especial.

Peço que todos vocês, que se julgam conhecedores de música sertaneja, se imaginem como um público comum, que gosta de sertanejo, mas só conhece as mais famosas.

De todos os discos que eu procurei, pela impressão que tenho há um bom tempo, nenhum conseguiu superar o “Tudo por amor”, do Chitãozinho e Xororó, de 1993.

O repertório do álbum, que mais parece uma coletânea, segue abaixo.

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1-Deixa
2-40 e 20
3-Pode ser pra valer
4-Guadalupe
5-Vá pro inferno com seu amor
6-Pensando em minha amada
7-Confidências
8-Palavras
9-Tudo por amor
10-Razão para chorar
11-Coração deserto

Tirando as duas últimas, que não tiveram muita saída, só “Pensando em minha amada” talvez não tenha ficado tão conhecida assim, apesar de todos aqui provavelmente se lembrarem dela (a letra dizia “assim sou eu, assim sou eu pensando em minha amada”)

De resto, é um CD só de grandes sucessos que ultrapassaram os limites do público sertanejo. Zezé e Luciano e Leandro e Leonardo têm discos repletos de sucessos, mas nessa proporção, realmente não encontrei nenhum. E esse sucesso que eu digo é no público em geral, não só no sertanejo.

A lembrança por esse disco não é uma questão de gosto, mas sim, uma comparação feita entre diversos discos.

Há de se registrar que esse álbum tinha um apelo muito forte, que era a presença dos Bee Gees cantando “Palavras” ao lado da dupla, o que fez, sem dúvida, o disco ter mais destaque.

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Conferindo álbum por álbum, lembrei de citar algo aqui que eu sempre quis comentar, que é uma sequência de discos lançados pelo Zezé di Camargo e Luciano no início dos anos 1990. O primeiro LP deles, que tinha “É o amor”, trazia outras canções bem fortes, mas os que vieram logo em seguida, do 2° disco até o 5°, formam uma sequência que dificilmente alguma dupla vai conseguir superar.

Para citar só três exemplos de cada, o de 92 tinha “Coração está em pedaços”, “Muda de vida” e “Coração na contramão”. O de 93, “Saudade bandida”, “Faz mais uma vez comigo” e “Eu só penso em você” . O de 94, “Você vai ver”, “Vem cuidar de mim” e “Como um anjo”. E o de 95, “Pão de mel”, “Vem ficar comigo” e “Sem medo de ser feliz”.

Sei que é esse assunto é subjetivo, mas tenho a impressão de que a maioria concorda com essa ideia.

Como eu sei que “Anos 90” é um assunto prazeroso de discutir, alguém tem em mente alguma sequência de álbuns que possa fazer frente a essa do Zezé e Luciano? Creio que Leandro e Leonardo, Bruno e Marrone e Chrystian e Ralf sejam citados.


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